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No Brasil, desde a década de 40, publicações em periódicos científicos vem descrevendo que as pastagens são a fonte de alimento mais econômica para a alimentação dos bovinos. Durante a época chuvosa, verifica-se um crescimento contínuo dos animais criados nos pastos tropicais e, na estiagem, com a acentuada redução da produção e do valor nutritivo das pastagens, os animais perdem peso. Durante a estação seca, o rebanho bovino alimenta-se das sobras de forragens oriundas das estações da primavera e verão, caracterizadas por elevados teores de fibra indigerível e quantidade de PB inferior ao nível crítico de 60 a 70 g kg-1 de MS; nessa situação, a ingestão de forragem é reduzida pela deficiência de nitrogênio (N).
Quando a disponibilidade do pasto for limitante, o que pode ocorrer durante períodos de seca prolongada, ou quando se pratica um super pastejo por animais em crescimento, alguma forma de suplementação energética torna-se necessária, pois nestas condições, apenas a suplementação protéica pode não ser adequada. As vantagens do uso da uréia são a disponibilidade mercadológica, a concentração e o baixo custo unitário do N, além de ser fonte de N-NH3 para os microrganismos fibrolíticos ruminais. Um aspecto pouco abordado, nas pesquisas sobre suplementação de bovinos no Brasil, é a sua viabilidade econômica durante o período chuvoso. Verifica-se que animais consumindo suplementos contendo elevados níveis de NaCl (150 - 300 g kg-1), ingerem nutrientes essenciais sob forma mais constante para atender ao crescimento microbiano ruminal, aumentam a freqüência de ida ao bebedouro e bebem mais água do que os animais não suplementados. Embora muita ênfase seja dada aos impactos benéficos da suplementação sobre o ganho de peso ou sobre os parâmetros reprodutivos do rebanho, pouca ou nenhuma atenção tem sido dada à possibilidade da redução na suplementação fosfórica e também de outros minerais.
Finalmente, deve-se ter em mente que o ganho de peso de animais recebendo suplementos protéico-energéticos sempre atenderá à lei de Mitscherlich; isto é, respostas não lineares com ganhos decrescentes à medida que se aumenta o consumo de suplemento.
Since 1940, the papers published in scientific journals reported that grazing is the most economic way to feed cattle in Brazil. During the wet season continuous growth of animals is observed, but in the dry season there is almost no weight gain or the weight gain obtained in the wet season is lost. During the dry season the high indigestible fibre content of tropical pastures and the very low crude protein intake are the main factors for the weight loss. When forage availability is too low, an energetic supplement must be given, because protein supplements alone do not overcome the energetic demands. Urea is a nitrogen feedstuff of the lowest cost available in Brazil and is source of N-NH3 for rumen fibrolytic microorganisms which use ammonia for growth.
The economic aspects of supplementation during the wet season have so far not been investigated in Brazil. When cattle receive supplements containing large amounts of NaCl (150 - 300 g kg-1), the animals exhibit a constant pattern of nutrient intake from the supplement, go frequently to the trough and consume more water than non-supplemented animals. Although much research has been done, and positive effects for animal growth and improvement of herd reproductive parameters were confirmed, there has been no investigation on the reduction of phosphorus supplementation when cattle are fed with protein-energetic supplements.
Finally, farmers and extension workers should know that the response of animals to protein-energetic supplementation is established by Mitscherlich's law; e.g. non-linear growth and decreasing performance as supplement intake increases.
No Brasil, as pastagens são consideradas a fonte de alimento mais econômica para a alimentação dos bovinos (Kok et al 1943). Durante a época chuvosa, observa-se um crescimento contínuo dos animais criados em pastagens tropicais. No entanto, na época da estiagem ocorre acentuada redução da produção e do valor nutritivo das pastagens, o que acarreta perda de peso nos animais. No Brasil, essas relações têm sido, há tempos, conhecidas, descritas e quantificadas (Kok et al 1941 1943; Quinn et al 1966; Bisschoff et al 1967).
A alimentação é o componente mais importante dentre os fatores ambientais que afetam o desempenho dos animais e, em nossas condições, é amplamente estruturada no uso de pastagens implantadas em solos de baixa fertilidade e sujeitas aos efeitos da sazonalidade. Estas pastagens geralmente são manejadas de forma inadequada e sem o uso de fertilizantes, o que resulta na baixa qualidade, na menor produção e na sua progressiva degradação. A baixa produtividade e qualidade das pastagens implicam em pequena capacidade de suporte (0,3 - 0,6 UA ha-1), elevada idade ao primeiro parto (40 - 48 meses) e ao abate (40 - 48 meses) e menor peso à desmama (140 até 150 kg).
A conservação do excesso de forragem produzida durante o período chuvoso, sob a forma de feno ou silagem, embora viável tecnicamente, pode ser dificultada devido à falta de recursos e problemas operacionais na fazenda. A vedação ou o diferimento (reserva de pasto), ou mesmo uma pressão de pastejo moderada durante a estação das águas, são opções para amenizar a redução da produção de forragem durante os meses de seca. Porém, este manejo leva ao acúmulo de caules e de tecidos mortos ou senescentes, bem como no decréscimo na qualidade das folhas remanescentes que possuirão mais lignina e fibra indigerível e menos proteína bruta. A interação desses fatores propicia a redução do consumo e do aproveitamento do pasto, causando a manutenção ou a perda de peso dos animais durante a época seca. Para amenizar os efeitos das restrições quantitativas e qualitativas das pastagens durante o período seco, faz-se necessária a utilização de diferentes estratégias de suplementação protéico-energética.
Nesta revisão, foram disponibilizados, em ordem cronológica da condução do experimento, alguns resultados publicados no Brasil relativos à suplementação protéico-energética de bovinos criados exclusivamente a pasto. Desses dados, calculou-se a unidade de ganho em peso por unidade de suplemento consumido ("conversão") e fez-se uma breve recensão destas pesquisas. Também foram divulgados resultados sobre o comportamento animal e algumas variáveis ruminais de bovinos consumindo suplementos com elevados níveis de cloreto de sódio (NaCl).
Em função da crescente utilização de diferentes esquemas de suplementação de bovinos criados em pastagens, faz-se necessário conceituar as terminologias rotineiramente utilizadas:
- SUPLEMENTO: aquilo que se dá a mais; aquilo que serve para suprir a deficiência de...; parte que se adiciona a um todo visando aperfeiçoá-lo. Da interpretação deste conceito, suplementa-se a dieta (o pasto) e não os animais.
- COMPLEMENTO: parte que se junta à outra; o que falta para ficar completo. Neste caso, ao suplementar a dieta (o pasto), complementa-se a alimentação dos animais.
- SUPLEMENTO PROTÉICO: mistura de uréia e/ou alimento(s) protéico(s) acrescida de NaCl e sal mineral.
- SUPLEMENTO ENERGÉTICO: referente à mistura NaCl acrescida de sal mineral e alimento(s) energético(s).
- MISTURA MÚLTIPLA ou SUPLEMENTO MÚLTIPLO: refere-se à mistura uréia acrescida de NaCl, de sal mineral, de alimento(s) energético(s) e de alimento(s) protéico(s). Nada mais é do que a associação "suplemento protéico + suplemento energético". Trata-se, também, de uma ração concentrada contendo um regulador do consumo voluntário.
O teor de proteína bruta do pasto (PB) é um dos fatores que mais limitam o crescimento dos animais mantidos em pastagens tropicais. Segundo Milford e Minson (1966), sempre que o teor de PB for inferior a 60 ou 70 g kg-1 de MS, a ingestão de forragem será reduzida pela deficiência de nitrogênio (N).
É fato conhecido que, durante a estação seca, o rebanho bovino alimenta-se das sobras de forragens oriundas das estações da primavera e verão, caracterizadas por um elevado teor de fibra indigerível e teores de PB inferiores ao nível crítico. O fornecimento adicional de N para animais consumindo forragens de baixa qualidade favorece o crescimento das bactérias fibrolíticas, aumenta a taxa de digestão e a síntese de proteína microbiana e, desse modo, permite incrementar o consumo voluntário da forragem e melhorar o balanço energético do animal em pastejo. De acordo com Russell et al (1992), se fornecido uma fonte de proteina degradável no rúmen (PDR) ou uma fonte de nitrogênio não protéico (NNP) que atenda às necessidades das bactérias fibrolíticas nas situações onde há limitação de N, a atividade dessa população aumenta significativamente, pois essa microbiota requer como principal fonte de nitrogênio o íon amônio (N-NH3), liberado a partir da degradação ruminal da PDR e do NNP.
O aumento no consumo do pasto, em conseqüência da suplementação, proporciona um acréscimo no consumo de energia pelo animal. O incremento no desempenho animal em função da suplementação protéica pode não ser devido apenas ao maior consumo de forragem, mas devido à mudanças na digestibilidade ou na eficiência de utilização dos nutrientes.
A intensidade da resposta de um suplemento protéico dependerá da qualidade e da disponibilidade da pastagem. Os suplementos protéicos promovem o aumento do consumo de forragem, devido ao fornecimento de N-NH3 para os microrganismos ruminais.
A medida que o desempenho animal aumenta, maiores serão as exigências em nutrientes. Sendo assim, a microbiota ruminal, mesmo em atividade máxima, não consegue suprir as necessidades protéicas do animal de alta produção. A proteína microbiana pode permitir ganhos de 200 a 600 g d-1 em animais jovens e, fontes de proteína não degradável no rúmen (PNDR) são requeridas para se obter ganhos superiores. Na Tabela 1, são disponibilizadas as informações sobre experimentos realizados com suplementação protéica ou protéica e energética durante as distintas estações do ano. Nestes estudos, os suplementos não continham uréia.
Tabela 1. Principais informações extraídas de pesquisas com suplementação protéica e/ou protéico-energética no Brasil |
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Pasto e data do expto. |
PB (g kg-1) e MS (kg ha-1) |
Animais e peso inicial |
Tratamentos experimentais1 |
Consumo
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Ganho de peso (kg) |
Ganho / Consumo (g/g) |
Autor (es) e referência |
Comentários adicionais |
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Estação seca – suplementação protéica |
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PM 07/1940 (40 dias) |
ND
ND |
Garrotes em terminação |
Controle FA |
ND 1 kg |
ND 14 kg a mais |
-- 0,35
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Kok E A 1941
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Provavelmente, trata-se da primeira publicação em periódico contendo informação sobre suplementação de bovinos criados em pastagens no Brasil. |
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PN
1967 à 1970 |
ND
ND |
92 vacas Charolesas |
Controle (pasto nativo + 1CS + 3FO )
5CS+15FO+80TL |
ND
ND |
ND ND |
--
-- |
Santiago e Hoffmann 1974 |
A suplementação protéica aumentou a taxa de fertilidade das vacas com cria ao pé. Nas vacas sem cria, a suplementação não propiciou resultados positivos. |
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GE 15/6 à 31/10/78 |
46
ND |
70 vacas zebu primíparas |
Controle (pasto + SM)
FA |
ND
0,513 kg |
ND ND |
--
-- |
Pacola et al 1983
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Os autores consideraram que a disponibilidade de pasto não foi suficiente para os animais.e, por isso, a suplementação protéica não melhorou a taxa de fertilidade das vacas. |
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BD 23/4 à 6/11/80 |
ND
ND |
32 novilhas 5/8 c/ 164 kg |
Controle (pasto + SM) FS FS |
nd 0,25 kg 0,50 kg |
0,102b |
-- 0,48 0,46 |
Valvasori et al 1986
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A utilização do farelo de soja (0,5 kg/cab/dia) foi efetiva em melhorar o desempenho dos animais na seca. |
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PM 20/8 à 11/12/90 |
ND
ND |
Novilhas mestiças c/ 173 kg |
1SM+1C+25FS+73MDPS 1SM+1C+5FCO+30FA+24M+39MDPS |
2,3 kg 2,3 kg |
0,485a |
0,21 0,22 |
Paulino M F 1991 |
O desempenho dos animais não foi alterado devido ao consumo de diferentes fontes protéicas. |
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Jun. - Set.82, 83 e 84 |
47-66 ND |
84 bezerras Canchim c/ 159 kg |
Controle (pasto + SM) FS |
ND 0,70 kg |
ND |
-- -- |
Manzano et al 1993 |
A idade com que as novilhas atingiram o peso de 300 kg foi sensivelmente menor (aproximadamente 100 dias) do que a observada no grupo controle. |
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Estação chuvosa – suplementação protéica |
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J Out. 96 à Abril 97 |
85
ND |
51 vacas Nelore recém paridas |
Controle (pasto + SM) 60FS + 40 FA 60FS + 40 FA |
ND 1 kg 2 kg |
0,353b 0,532ab 0,618ab |
-- 0,53 0,31 |
Ruas et al 2000
|
A suplementação protéica resultou em maior ganho de peso e em melhor escore de condição corporal das vacas. Não houve redução na ingestão do pasto devido à suplementação. |
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Estação seca – suplementação protéico-energética |
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PM 12/8 à 2/12/65 |
ND
ND |
36 machos Nelore c/ 245 kg |
Controle (pasto + SM) FA 0,5FA+2MEL |
ND 0,5 kg 2,5 kg |
0,828 0,820 0,750 |
-- 1,64 0,30 |
Mattos et al 1967
|
A suplementação, com fontes de proteína ou proteína+energia, não surtiu nenhum benefício na melhoria do desempenho dos animais durante a transição seca-água. |
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PM Jun. à Out.74 |
102
ND |
36 novilhas Zebu c/ 200 kg |
Controle (pasto + SM) RM FA 0,5FA+0,75RM |
ND 1,5 kg 1,0 kg 1,25 kg |
0,266 0,376 0,376 0,434 |
-- 0,25 0,37 0,35 |
Biondi et al 1985
|
A suplementação protéica/energética durante a época seca não foi capaz de antecipar a idade ao primeiro parto das novilhas. |
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BD 10/5 à 27/9 |
49
ND |
24 novilhas leiteiras c/ 135 kg |
Controle (pasto + SM) 72 MDPS+26FS+2SM |
ND 2 kg |
0,20b 0,60a |
-- 0,30
|
Guaragna et al 1986
|
A suplementação permitiu obter ganhos de peso próximos aos recomendados para novilhas leiteiras. |
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Estação chuvosa – suplementação protéico-energética |
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BD Época chuvosa |
ND
ND |
novilhos nestiços c/ 265 kg |
Controle (pasto + SM ) 57,7M + 42,3 GM 40,5M + 59,5 FS |
0,103 kg 0,5 kg 0,5 kg |
0,73 0,91 0,89 |
-- 1,8 1,7 |
Zervoudakis et al 1999
|
A suplementação aumentou o desempenho dos animais durante a estação chuvosa. |
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BD
11/1 à 3/5/99 |
ND
2600 |
48 novilhos Guzerá c/ 238 kg |
Controle (pasto + SM ) M PDR (p/ fornecer 390 g/d) PNDR (p/ fornecer 390 g/d) |
ND 0,5%PV 0,5%PV 0,5%PV |
0,50c 0,62bc 0,73ab 0,76ab |
-- -- -- -- |
Marcondes et al 2001 |
A suplementação com alimentos protéicos promoveu os maiores ganhos de peso. Não houve diferença entre PDR e PNDR. |
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BD 9/12/99 27/4/00 |
49
ND |
64 bezerras mestiças c/ 269 kg |
Controle (pasto + SM)
70FA+30SM (25% PB) |
0,085 kg
0,36 kg |
0,41b
0,48a |
--
1,33 |
Cavaguti et al 2002 |
A adição do farelo de algodão, que é fonte de PNDR, resultou em melhor desempenho (17% de acréscimo). |
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BB Jan. – Abr.95 |
67
1974 |
30 novilhos mestiços |
Controle (pasto + SM) Suplemento protéico-mineral comercial com 41%PB |
ND
ND |
0,725b
1,064a |
--
-- |
Alcade et al 2002 |
A adição da fonte protéica, embora não descrita, aumentou o ganho de peso em 339 g/d. |
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CC 11/ 01 à 15/2/02 |
ND
ND
|
36 novilhos F1 c/ 345 kg |
Controle (pasto + SM) Aveia preta Casca de soja Aveia preta (0,3%) +Casca de soja (0,3%) |
0,050 kg 0,6% PV 0,6% PV 0,6% PV |
0,796a 0,929a 0,932a 0,926a |
-- -- -- -- |
Prohmann et al 2002 |
Embora não observada diferença estatística entre os tratamentos, a suplementação aumentou o ganho de peso em cerca de 130 g/d. |
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BD Época das águas |
ND
ND |
28 bezerras St. Gertrudis c/ 167 kg |
Controle (pasto + SM )
20M+45PC+13FS+4SM+18CS |
0,081 kg
1,02 kg |
0,498a
0,588a |
--
0,57 |
Filho et al 2002
|
A suplementação aumentou o ganho de peso durante a época das águas em cerca de 90 g/d. |
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Estação seca e chuvosa – suplementação protéica |
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PM 10/8/78 à 30/4/79 |
70
2000 à 3000 |
machos HPB-Z, n/ castrados, c/ 225 kg |
Controle (pasto + SM) FS (agosto – outubro) FS (outubro – abril) |
ND 0,5 kg 0,5 kg |
0,323a 0,427a 0,418a |
-- 0,85 0,84
|
Alleoni et al 1980 |
Não houve diferenças entre os tratamentos devido ao efeito da consorciação com leguminosas. |
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Estação seca e chuvosa – suplementação protéico-energética |
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PM
13/4/62 à 18/4/63
|
ND
ND |
10 bezerros Nelore c/ 6 - 7 meses, inteiros e sem implante de DES |
Controle (pasto + SM) 2005g M+ 240g FAM 1769g M+ 480g FAM
|
ND
2,24 kg
2,25 kg |
184,4 kg ano-1
233,9 kg ano-1
232,0 kg ano-1 |
--
0,34
0,33 |
Quinn et al 1966 |
Os autores investigaram os efeitos da suplementação com ou sem “creep feeding”; nas águas x nas secas; com alta proteína x com baixa. Já em 1962, concluíram que o suplemento com alta PB era melhor para o pasto seco. |
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1 BD: Brachiaria decumbens; C: calcário calcítico; CC: Coast cross; CS: cloreto de sódio; FA: farelo de algodão; FAM: farelo de amendoim; FCO: farinha de carne e ossos; FS: farelo de soja; FO: farinha de ossos; GE: grama estrela; GM: glútem de milho; HPB-Z: mestiço holandês/zebu; J: capim jaraguá; M: fubá de milho; MDPS: milho desintegrado com palha e sabugo; MEL: melaço em pó; ND: não descrito; PC: polpa de citros; PDR: proteína degradável no rúmen; PNDR: proteína não degradável no rúmen; PM: Panicum maximum; PN: pastagem nativa; %PV: porcentagem do peso vivo; RM: rolão de milho; SM: suplemento mineral comercial; TL: Torta de linhaça |
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Quando a disponibilidade de energia da pastagem for muito baixa em relação às exigências dos animais, alguma forma de suplementação energética torna-se necessária. Isso geralmente ocorre durante períodos de seca prolongada ou quando se pratica um super pastejo por animais em crescimento (Canton e Dhuyvetter 1997). O consumo de forrageiras com elevados teores de N solúvel é outra situação que favorece a utilização de suplementos energéticos. Nestas condições, apenas a suplementação protéica pode não ser adequada para auxiliar o balanço energético a partir do seu efeito benéfico sobre o consumo e a digestibilidade da forragem. Dessa forma, em situações de baixa disponibilidade de forragem, a suplementação energética obviamente resultará em maior resposta animal.
No caso de gramíneas tropicais, a produção da proteína microbiana é limitada também pelo suprimento de substratos prontamente fermentescíveis. Em animais pós-desmamados, o desempenho é melhorado com o consumo de pequenas quantidades de alimentos energéticos, devido ao aumento da quantidade de proteína microbiana, que flui para o intestino delgado. A suplementação energética pode não afetar ou reduzir o consumo e a digestibilidade da forragem, dependendo da quantidade de suplemento consumido e da oferta de pasto (Canton e Dhuyvetter 1997). Geralmente, quando a quantidade de suplemento energético consumido é inferior a 2 g kg-1 de peso vivo, o consumo de forragem não é afetado.
O consumo de energia e proteína deve ser adequado para otimizar a fermentação ruminal e a produção de proteína microbiana. Um excessivo consumo de proteína, sem adequação energética, pode proporcionar significativa perda de nitrogênio pela urina (Russell et al 1992).
O efeito da suplementação energética sobre a digestibilidade pode ser dependente do nível de proteína do pasto. Em situações em que a PB é limitante, a suplementação energética apenas, pode agravar a deficiência de PB e resultar na redução do consumo e da digestibilidade do pasto e, conseqüentemente, na do desempenho dos animais.
Em pastagens de baixo valor nutritivo, a proteína torna-se o "primeiro" fator limitante e deve ser inicialmente suplementada. Sendo assim, a prática de fornecer suplementos protéicos ou energéticos para animais em pastejo dependerá da disponibilidade e da qualidade do pasto. Quando o valor nutritivo da forragem é baixo, a suplementação protéica tende a aumentar o consumo e a digestibilidade da forragem e incrementar a produção animal. Ao contrário, quando a disponibilidade de forragem é limitada, a suplementação energética tende a ser benéfica.
Após o atendimento da exigência em proteína, a adição deste nutriente torna-se menos eficiente do que a adição da energia (Haddad e Castro 1998). Na Tabela 2, são disponibilizadas as informações relativas aos experimentos realizados com suplementação energética, durante as épocas de seca e de chuvas.
Tabela 2. Principais informações extraídas de pesquisas com suplementação energética no Brasil |
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Pasto e Data do expto. |
PB (g kg-1) e MS (kg ha-1) |
Animais Peso inicial |
Tratamentos experimentais1 |
Consumo
|
Ganho de Peso (kg d-1)
|
Ganho / Consumo (g g-1) |
Autor (es) |
Comentários adicionais |
Estação seca – suplementação energética |
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PM 14/7 à 3/11/60 |
50 – 60
ND |
72 novilhos Nelore c/ 365 kg |
Controle (pasto + SM ) 1,296MEL
|
ND 1,296 kg
|
- 0,067 0,171
|
-- 0,13
|
Mott et al 1967 |
A suplementação aumentou o ganho de peso durante a época da seca. |
PM 17/7 à 9/10/73 |
71,6
ND |
10 novilhas Gir e 10 Sindi |
Controle (pasto + SM) Suplemento a base de espiga de milho moída integralmente |
ND
1,5 kg |
0,127b
0,268a |
--
0,18 |
Benitendi et al 1974 |
A suplementação praticamente dobrou o ganho de peso das novilhas. |
T + A 18/6 à 19/8/97 |
20
1276 |
40 vacas de descarte c/ 335 kg |
SR SR SR SR |
0 %PV 0,3 %PV 0,6 %PV 0,9 %PV |
1,48ª 1,44ª 1,47ª 1,51a |
-- 1,22 0,64 0,43 |
Restle et al 2000 |
A suplementação energética não proporcionou aumentos significativos no ganho de peso; porém, melhorou o escore da condição corporal. |
PN 11/8 à 15/11/00 |
ND 1000 - 2000 |
42 bezerros mestiços c/ 160 kg |
Controle (pasto + SM) SR SR |
ND 0,75%PV 1,5%PV |
0,467b 0,595ª 0,559ª |
-- 0,35 0,17 |
Patiño et al 2001 |
Não houve diferenças entre os níveis de sorgo ingerido. Entretanto, os animais suplementados ganharam mais peso. |
Estação chuvosa – suplementação energética |
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CG 8/11 à 27/5/75 |
50 – 60
ND |
36 novilhos HPB-Z c/ 265 kg |
Controle (pasto + SM ) M |
ND
2,5 kg
|
0,562ª 0,636ª |
-- 0,25 |
Villaça et al 1976 |
A diferença de 74 g não compensou os custos da suplementação durante a estação chuvosa. |
PN 11/2 à 06/5/97 |
54 2454 |
90 novilhos Charolês x Nelore c/ 268 kg |
Controle (pasto + SM ) |
ND 0,5 %PV 0,5 %PV 0,5 %PV 0,5 %PV |
0,146c 0,335b 0,292b 0,417ab 0,505a |
-- |
Filho et al 2000 |
A suplementação energética aumentou o ganho de peso dos animais. O farelo de arroz foi o que resultou no maior ganho. |
1 CG: capim gordura; FARR: farelo de arroz; HPB-Z: mestiço Holandês/Zebu; M: fubá de milho; MEL: melaço em pó; ND: não descrito; PM: Panicum maximum; PN: pastagem nativa; %PV: porcentagem do peso vivo; SM: suplemento mineral comercial; SR: sorgo grão moído; T+A: triticale e azevém |
No Brasil, a uréia tem sido uma importante alternativa de se elevar a porcentagem de nitrogênio em dietas com baixas concentrações deste nutriente. Ela possui vantagens tais como a sua disponibilidade mercadológica, a elevada concentração em N e o baixo custo unitário deste. Adicionalmente, a uréia é fonte de N-NH3 para os microrganismos fibrolíticos e, devido à sua baixa palatabilidade, tem potencial para ser utilizada como um agente controlador do consumo do suplemento pelo animal. Para maior eficiência, a uréia deve ser oferecida juntamente com alimentos energéticos ricos em carboidratos não fibrosos (amido ou melaço), proteína verdadeira e enxofre.
Quando suplementos que não possuem uréia, mas que contêm os demais alimentos (milho, farelo de soja, farelo de algodão) são comparados com aqueles que possuem maiores níveis de uréia, observa-se que os primeiros promovem maiores ganhos de peso, possivelmente devido ao maior consumo de alimento mais palatável e digestível. Porém, constata-se que, mesmo consumindo pouca quantidade de suplemento, os animais que receberam tratamentos contendo apenas uréia como fonte de N, apresentaram ganho de peso pouco inferior na época seca do ano. A resposta em ganho de peso se deve à maior atividade dos microrganismos fibrolíticos do rúmen e do provável aumento no consumo e aproveitamento do pasto (Paulino et al 1983).
A intoxicação pelo consumo de uréia pode ser evitada quando se faz uma correta mistura dela com os outros ingredientes protéico-energéticos, quando se utiliza um agente eficaz para controlar a ingestão voluntária do suplemento ou quando se ajusta o consumo dela para 0,1 - 0,2 g kgPV-1 (na fase de "adaptação") e para 0,3 - 0,4 g kgPV-1 (na fase de "pós-adaptação").
Na Tabela 3, são disponibilizadas as informações sobre experimentos realizados com suplementos contendo uréia, durante as distintas estações do ano.
Tabela 3. Principais informações extraídas de pesquisas com suplementos contendo uréia no Brasil |
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Pasto e data do expto. |
PB (g kg-1) e MS (kg ha-1) |
Animais e peso inicial |
Tratamentos experimentais1 |
Consumo
|
Ganho de peso |
Ganho / Consumo (g/g) |
Autor (es) |
Comentários adicionais |
Estação seca – suplementos contendo uréia |
||||||||
PM 14/7 à 3/11/60 |
50 – 60 ND |
72 novilhos Nelore c/ 365 kg |
Controle (pasto + SM ) 1,296MEL+0,081U 0,945EMM+0,069U |
ND 1,377 kg 1,014 kg |
- 0,067 |
-- 0,15 0,24 |
Mott et al 1967 |
A suplementação aumentou o ganho de peso durante a época da seca. A inclusão da uréia foi benéfica para melhorar o desempenho. |
PM 27/6 à 7/10/61 |
40 – 50 ND |
64 novilhos Nelore c/ 290 kg |
Controle (pasto + SM ) 26FA+26FAM+20M+10MEL+5U+5FO+7,9 CS (supl. A) 20FA+54RM+10MEL+3U+5FO+7,9CS (supl B) |
ND
0,5 kg 0,5 kg |
-0,058 |
--
|
Bisschoff et al 1967
|
A suplementação aumentou bastante o ganho de peso no inverno. Nos meses de verão, nenhum tipo de suplementação aumentou o ritmo de ganho de peso. Já em 1961, os autores descrevem a possibilidade de efeito substitutivo. |
PM 7/7 à 7/10/61 (exp.4) |
40 – 50 ND |
40 novilhos Nelore c/ 290 kg |
Supl. A + SM ad libitum 95Supl A + 5CS 90 Supl. A + 10 CS 80 Supl. A + 20CS 60 Supl. A + 40CS |
0,50 kg 0,499 kg 0,496 kg 0,492 kg 0,484 kg |
-0,028 |
-- |
Bisschoff et al 1967
|
Provavelmente o primeiro experimento que objetivou a incorporação de NaCl no suplemento para promover uma auto regulação no consumo dos alimentos energéticos e protéicos (Quadro 7, pg 432). |
PM
Jul. 75 (112 d) |
60,8 ND |
60 novilhos azebuados c/ 410 kg |
Controle (pasto + SM 90MEL + 10U |
ND 2,3 kg |
-0,038b |
-- |
Vilela et al 1976 |
A suplementação resultou em acréscimo considerável no ganho de peso dos animais durante a seca. |
BD
Maio à Set. 82 |
63-105
ND |
60 novilhos mestiços c/ 280 kg |
Controle (pasto + SM ) Pasto + (50SM + 50U) Pasto consorc. c/ Legumin. + SM Pasto consorc. c/ Legumin.+ (50SM + 50U) |
0,060 kg 0,055 kg 0,062 kg 0,058 kg |
0,210b |
-- |
Vilela et al 1983
|
Apenas no pasto sem consorciação com leguminosas a suplementação resultou em ganho de peso. |
PM 23/6 à 10/11/81
|
ND ND |
56 Novilhas aneloradas c/ 244 kg |
10SM+5FB+85MDPS 10SM+5FB+5U+0,15S+79,85MDPS 10SM+5FB+10U+0,3S+70MDPS 10SM+5FB+15U+0,45S+69,55MDPS |
1,66 kg 0,63 kg 0,49 kg 0,25 kg |
0,214a |
0,13 |
Paulino et al 1983
|
Níveis crescentes de uréia no suplemento resultaram em maior eficiência de ganho por unidade de suplemento ingerido. |
PM 5/7 à 25/9/84 |
ND ND |
Novilhas azebuadas c/ 240 kg |
Controle (pasto + SM ) 7SM+0,15S+4U+15FA+73,85MDPS 7SM+0,15S+4U+30FARR+58,85MDPS |
0,013kg 1,57 kg 1,46 kg |
-0,014b |
-- |
Paulino et al 1985
|
A suplementação resultou em acréscimo no ganho de peso durante a seca. Entretanto, o suplemento contendo farelo de arroz não surtiu efeito em comparação ao suplemento contendo farelo de algodão. |
J 19/6 à 10/11/84 |
ND
ND |
Novilhas mestiças c/ 197 kg |
Controle (pasto + SM ) 10SM+15FA+2,5U+0,1S+72,4MDPS 10SM+15FA+5U+0,2S+69,8MDPS 10SM+15FA+7,5U+0,3S+67,2MDPS |
0,09 kg 2,62 kg 1,73kg 1,07 kg |
-0,022d |
-- |
Paulino et al 1985
|
A suplementação resultou em acréscimo no ganho de peso durante a seca. Entretanto, não houve melhoria na conversão alimentar. |
BD
8/6 à 14/10/98 |
ND
6454 |
35 novilhos mestiços HPB-Z c/ 248 kg |
Controle (pasto + SM) 65FT+15FS+10U+4CS+6SM 50FT+30FA+10U+4CS+6SM 70FT+10GM+10U+4CS+6SM 82FT+8U+4CS+6SM |
0,046 kg 1,48 kg 1,49 kg 1,50 kg 1,48 kg |
0,090b |
-- |
Gomes et al 2001
|
A suplementação resultou em significante aumento do ganho de peso. Entretanto, a inclusão de farelo de trigo reduz o custo da suplementação. |
BD
Jul.Nov. 1999 |
ND
ND |
64 novilhas mestiças c/ 222 kg |
Controle (pasto + SM ) 70SM + 30U 42SM+8U+50FS 63SM+12U+25FS |
0,056 kg 0,064 kg 0,199 kg 0,141 kg |
0,148b |
-- |
Cavaguti et al 2002
|
A suplementação com proteina oriunda do farelo de soja resultou em maior consumo e em maiores ganhos durante a estação da seca. |
BB
6/6 à 5/10/01 |
62,6
14000 |
20 mestiços HPB-Z c/ 280 kg |
92,9FT+3,6SO+2U+1,5SM 84,5FARR+12SO+2U+1,5SM 85,8FT+10,7CA+2U+1,5SM 66,1FARR+30,5CA+2U+1,5SM |
2 kg 2 kg 2 kg 2 kg |
0,589a |
0,29 |
Moraes et al 2002
|
Suplementos com 20% de PB podem ter farelo de trigo ou de arroz como fontes energéticas e caroço de algodão ou soja grão como fontes protéicas. |
BB
16/6 à 7/10/01 |
53-62
7973 |
150 novilhas Nelore c/ 250 kg |
27M+15FS+16SFT+10U+1,3S+30CS 34,5M+7,5FS+16SFT+12,5U+1,3S+27,5CS 42M+16SFT+15U+1,3S+25CS |
0,25 kg 0,23 kg 0,22 kg |
0,095 |
0,38 |
Lopes et al 2002
|
A substituição do farelo de soja pela uréia não foi vantajosa. |
BD
23/6 à 20/10/99 |
ND
ND |
200 bezerras aneloradas (7-12 m) |
Controle (pasto + SM) 27M+15FS+20SFT+10U+1,6S+25CS 33,4M+7,5FS+20SFT+11,1U+1,6S+25CS 39,7M+20SFT+12,3U+1,6S+25CS |
0,087 kg 0,211 kg 0,205 kg 0,169 kg |
-0,099 |
-- |
Lopes et al 2002 |
Provavelmente devido ao baixo consumo, não foram observadas diferenças no ganho de peso. Entretanto, o tratamento com mais farelo de soja manteve o ganho dos animais. |
BB + BR Ago-Out. 1998 (56d) |
ND
> 4500 |
208 bezerros Nelores (15 m) |
Controle (pasto + SM) 45M+15FS+10U+14,4SM+15,6CS 50M+7,5FS+12,5U+14,4SM+15,6CS 55M+15U+14,4SM+15,6CS |
0,081 kg 0,358 kg 0,349 kg 0,300 kg |
0,175b |
-- |
Lopes et al 2002 |
A suplementação foi eficiente para aumentar o ganho de peso durante a seca. A substituição do farelo de soja pela uréia não afetou o desempenho dos animais. |
BD
23/6 à 18/9/01 |
46
6500 |
20 mestiços HPB-Z c/ 329 kg |
58,5M+40,3FA+1,2SM 67,5M+30,1FA+1,2U+1,2SM 76,5M+19,9FA+2,4U+1,2SM 85,5M+9,7FA+3,6U+1,2SM |
4 kg 4 kg 4 kg 4 kg |
0,84ª |
0,21 |
Moraes et al 2002
|
Suplementos para animais em terminação durante a estação seca podem conter 20% de PB e até 50% desta pode advir da uréia. |
Estação chuvosa – suplementos contendo uréia |
||||||||
PM 3/11/60 à 18/5/61 |
80 – 110
ND |
72 novilhos Nelore c/ 385 kg |
Controle (pasto + SM ) |
ND 1,29 kg 1,38 kg 1,01 kg |
0,673 |
--
|
Mott et al 1967 |
Os autores formularam a hipótese que no verão há necessidade de aumentar o consumo de energia. Ao testarem tal hipótese, verificaram resposta positiva com a suplementação com melaço. |
BD Set./01 à Jan./02 |
117
4000 |
16 mestiços HPB-Z c/ 265 kg |
Controle (pasto +
SM)75M+12,5U+12,5SM |
0,079kg 0,49 kg 0,52 kg 0,57 kg |
1,16ª |
-- |
Paulino et al 2002 |
Embora não tenham sido verificadas diferenças entre os tratamentos, a suplementação durante o período das águas promoveu ganhos de até 220 g/d. |
BD Dez./00 à Fev./ 01 |
108
9220 |
24 mestiços HPB-Z c/ 172 kg |
Controle (pasto + SM) |
0,055kg 0,69 kg 0,69 kg 0,66 kg |
0,820a |
-- |
Zervoudakis et al 2002 |
Mesmo não sendo estatisticamente diferentes, em relação aos animais controles, os ganhos de peso dos animais suplementados foram 16-24% superiores. |
BD Mar./01 à Maio/01 |
81,3
11000 |
28 mestiços HPB-Z c/ 258 kg |
Controle (pasto + SM) |
0,054kg 0,44 kg 0,48 kg 0,48 kg |
0,385b |
-- |
Zervoudakis et al 2002 |
O fornecimento do suplemento energético não resultou em melhor desempenho. Ficou evidente a necessidade de NDR para aumentar os ganhos de peso. |
BD Jan. /01 à Mai./01 |
61
4198 |
40 Novilhos Guzerá c/ 232kg |
Controle (pasto + SM) |
ND 0,25 kg 0,75 kg 1,25 kg 1,75 kg |
0,751 |
-- |
Marin et al 2002 |
A suplementação energética melhorou o desempenho dos animais. Entretanto, os consumos foram bastante díspares, criando um confundimento. |
BB +BR Nov. 97 Mai./98 (168 d) |
ND
> 3000 |
260 bezerros Nelore (15 m) |
Controle (pasto + SM )
|
0,079kg 0,168 kg |
0,599ª
|
-- |
Tomich et al 2002 |
A suplementação não foi eficiente para aumentar o ganho de peso durante a época das águas. |
PM 3/11/60 à 18/5/61 |
80 – 110
ND |
72 novilhos Nelore c/ 385 kg |
Controle (pasto + SM ) |
ND 1,29 kg 1,38 kg 1,01 kg |
0,673 |
--
|
Mott et al 1967
|
Os autores formularam a hipótese que no verão há necessidade de aumentar o consumo de energia. Ao testarem tal hipótese, verificaram resposta positiva com a suplementação com melaço. |
BD Set./01 à Jan./02 |
117
4000 |
16 mestiços HPB-Z c/ 265 kg |
Controle (pasto + SM) |
0,079kg 0,49 kg 0,52 kg 0,57 kg |
1,16ª |
-- |
Paulino et al 2002 |
Embora não tenham sido verificadas diferenças entre os tratamentos, a suplementação durante o período das águas promoveu ganhos de até 220 g/d. |
BD Dez./00 à Fev./ 01 |
108
9220 |
24 mestiços HPB-Z c/ 172 kg |
Controle (pasto + SM) |
0,055kg 0,69 kg 0,69 kg 0,66 kg |
0,820a |
-- |
Zervoudakis et al 2002 |
Mesmo não sendo estatisticamente diferentes, em relação aos animais controles, os ganhos de peso dos animais suplementados foram 16-24% superiores. |
BD Mar./01 à Maio/01 |
81,3
11000 |
28 mestiços HPB-Z c/ 258 kg |
Controle (pasto + SM) |
0,054kg 0,44 kg 0,48 kg 0,48 kg |
0,385b |
-- |
Zervoudakis et al 2002 |
O fornecimento do suplemento energético não resultou em melhor desempenho. Ficou evidente a necessidade de NDR para aumentar os ganhos de peso. |
BD Jan. /01 à Mai./01 |
61
4198 |
40 Novilhos Guzerá c/ 232kg |
Controle (pasto +
SM)49,4FA+21,1U+29,6SM |
ND 0,25 kg 0,75 kg 1,25 kg 1,75 kg |
0,751 |
-- |
Marin et al 2002 |
A suplementação energética melhorou o desempenho dos animais. Entretanto, os consumos foram bastante díspares, criando um confundimento. |
BB +BR Nov. 97 Mai./98 (168 d) |
ND
> 3000 |
260 bezerros Nelore (15 m) |
Controle (pasto + SM )
|
0,079kg 0,168 kg |
0,599ª
|
-- |
Tomich et al 2002 |
A suplementação não foi eficiente para aumentar o ganho de peso durante a época das águas. |
Estação seca e chuvosa – suplementos contendo uréia |
||||||||
PM 14/7/60à 18/5/61 |
50 – 110 ND |
72 novilhos Nelore c/ 365 kg |
Controle (pasto + SM ) |
ND 1,29 kg 1,38 kg 1,01 kg |
0,405 |
-- |
Mott et al 1967 |
Houve um aumento médio de 29 % no ganho de peso dos animais suplementados em pastagens, durante 300 dias (secas+águas). |
BD |
ND ND |
28 bezerras St. Gertrudis c/ 195 kg |
Controle (pasto + SM ) – secas Controle (pasto + SM ) - águas 47,8M+16,2FB+15,6U+2S+15CS (supl.Seca) 57M+16FB+0,5U+1,35S+24,3CS (supl. Águas) |
0,066 kg 0,087 kg 0,203 kg 0,298 kg |
0,299 |
-- |
Filho et al 2001 |
Devido as pequenas diferenças nos ganhos de peso, não foi economicamente vantajosa a suplementação durante a seca e as águas. |
1BB: Brachiaria brizantha; BD: Brachiaria decumbens; BR: Braquiaria ruziziensis; CA: caroço de algodão; C: calcário calcítico; CF: cama de frango; CS: cloreto de sódio; EMM: espiga de milho moída; FA: farelo de algodão; FAM: farelo de amendoim; FARR: farelo de arroz; FB: fosfato bicálcico; FCO: farinha de carne e ossos; FO: farinha de ossos; FP: farinha de penas; FS: farelo de soja; FT: farelo de trigo; GE: grama estrela; GM: glútem de milho; HPB-Z: mestiço holandês/zebu; J: capim jaraguá; M: fubá de milho; MDPS: milho desintegrado com palha e sabugo; MEL: melaço em pó; ND: não descrito; PC: polpa de citros; PM: Panicum maximum; %PV: porcentagem do peso vivo; RM: rolão de milho; S: fonte de enxofre; SFT: super fosfato triplo; SM: suplemento mineral comercial; SO: soja grão; SR: sorgo grão moído; U: uréia |
O objetivo básico da suplementação é estimular o consumo e a digestão da forragem, permitindo que os animais possam melhorar o seu desempenho. Para que o programa de suplementação seja eficaz, a disponibilidade de forragem é fundamental, e deverá estar entre 2500 a 3000 kgMS ha-1 ou mínimo de 30 gMS kg-1 de peso vivo (Andrade e Alcade 1995) no início do período seco. Se a disponibilidade de forragem for pequena, a suplementação pode se tornar ineficiente. Portanto, é necessário o diferimento ou a vedação das pastagens para que a técnica efetivamente funcione.
Com a adoção do sistema de pastejo diferido durante o período seco, haverá grande quantidade de forragem de menor valor nutritivo, suficiente para sobrevivência do animal, que provavelmente se manterá ou perderá peso (Reis et al 1997). Nesta situação, suplementos protéicos de baixo custo, que maximizem o consumo da forragem disponível, são os mais recomendáveis.
Euclides et al (1990) desenvolveram um estudo com várias forrageiras manejadas na forma de "feno em pé" e observaram que a Braquiaria decumbens, a Braquiaria humidicola e o Cynodon dactylon (capim-estrela) destacaram-se como os mais promissores para utilização neste sistema de manejo. Janeiro foi a melhor época de vedação das pastagens de braquiárias, enquanto que as de capim estrela podem ser vedadas em janeiro ou fevereiro. Um esquema de manejo recomendado seria o diferimento em fevereiro para uso em junho e julho; e em março, para pastejo em agosto e setembro. Tal manejo pode garantir quantidade de matéria seca de folhas superior a 2000 kg ha-1 e com teores de PB satisfatórios para manutenção, e até mesmo pequenos ganhos de peso nos animais durante a estação seca.
O consumo de suplemento deve sempre estimular o consumo da forragem seca e evitar um possível efeito substitutivo. Dessa forma, os animais podem satisfazer parcialmente suas exigências por meio do consumo de nutrientes limitantes contidos em alimentos, ou em fontes de nitrogênio não protéico. Com os resultados médios obtidos, pode-se concluir que, além de não perder peso na época desfavorável, obtém-se um ganho diário de 0,10 a 0,35 kg para um consumo de suplemento variando de 1 a 3 g kg-1 de peso vivo, podendo-se obter um retorno sobre a despesa da ordem de 100 % (Tabelas 1, 2 e 3).
Durante a estação das chuvas, as forrageiras tropicais possuem um adequado teor de proteína bruta. Nessa época, este nutriente possui alta degradabilidade no rúmen, fazendo com que a maior parte da proteína metabolizável seja proveniente da microbiota ruminal. Animais em crescimento necessitam absorver, em maior quantidade, uma mistura de aminoácidos denominada de co-limitantes (Metionina + Lisina + Treonina). Apesar de a proteína microbiana possuir alto valor biológico, a quantidade sintetizada diariamente não é suficiente para atender à demanda dos aminoácidos co-limitantes. Dessa forma, os animais criados em pastagens tropicais, na época chuvosa, não conseguem ter sua taxa de crescimento otimizada (Poppi e McLennan 1995).
Na época das chuvas, seria conveniente suplementar com fontes protéicas de menor degradabilidade ruminal, mesmo para animais pastejando forragens com altos níveis de proteína. Nesse tipo de suplementação, os animais podem ganhar ao redor de 0,9 kg d-1 (Zervoudakis et al 1999, Marin et al 2002, Prohmann et al 2002). Uma discussão importante relacionada à suplementação, durante a estação chuvosa, diz respeito à suplementação energética, a qual poderia melhorar a utilização da proteína do pasto, especialmente, quando esta apresentasse elevada degradação ruminal, aumentando, dessa forma, o crescimento microbiano e o suprimento de proteína microbiana para o intestino delgado.
Um aspecto pouco abordado é a viabilidade econômica da suplementação durante o período chuvoso. Em um estudo onde bezerras mestiças leiteiras receberam 600 g d-1 de suplementos contendo farelo de soja ou farinha de peixe, o ganho de peso dos animais não suplementados foi de 412 g d-1, enquanto que os suplementados ganharam, respectivamente, 538 e 544 g d-1 (Teixeira et. al 2003). Neste estudo, onde as bezerras foram manejadas em pastagem de capim tanzânia, por 105 dias do período chuvoso, o acréscimo no ganho de peso não foi economicamente justificável quando foram descontados os gastos com o suplemento ingerido. Entretanto, durante a época das chuvas, com o ganho de peso adicional pode-se antecipar a idade ao primeiro parto das novilhas.
A efetividade da suplementação no período das chuvas depende da oferta e da qualidade da pastagem. Geralmente, não tem sido observado efeito positivo da suplementação nas águas em condições de elevada oferta de pastagem e quando esta apresenta bom valor nutritivo.
Deve-se ter em mente que o ganho de peso de animais suplementados sempre atenderá à lei de Mitscherlich; isto é, respostas não lineares com ganhos decrescentes, à medida que o consumo de matéria seca ou proteína dos suplementos aumentar (Tabela 4 e Figura 1).
Tabela 4. Consumo de matéria seca (MS) e proteína bruta (PB) do suplemento e ganho médio diário (GMD) de animais recebendo diferentes tipos de suplementos |
|||||
Autor |
Suplemento1 |
Volumoso |
Consumo MS |
Consumo PB |
GMD |
Carvalho filho (2001) |
67M+30FS+2CS+1SM |
CE |
1,47 |
0,213 |
0,605 |
Carvalho filho (2001) |
-- |
CE |
0 |
0,000 |
0,234 |
Carvalho filho (2001) |
21CS+11SM+3U+3MEL+32M+30FCO |
CE |
0,202 |
0,034 |
0,299 |
Carvalho filho (2001) |
21CS+11SM+3U+3MEL+32M+20FCO+10FS |
CE |
0,295 |
0,057 |
0,386 |
Carvalho filho (2001) |
21CS+11SM+3U+3MEL+32M+10FCO+20FS |
CE |
0,375 |
0,067 |
0,414 |
Carvalho filho (2001) |
21CS+11SM+3U+3MEL+32M+30FS |
CE |
0,57 |
0,087 |
0,461 |
Carvalho filho (2001) |
67M+30FS+2CS+1SM |
CA |
1,47 |
0,213 |
0,447 |
Carvalho filho (2001) |
-- |
CA |
0 |
0,000 |
0,106 |
Carvalho filho (2001) |
21CS+11SM+3U+3MEL+32M+30FCO |
CA |
0,174 |
0,029 |
0,160 |
Carvalho filho (2001) |
21CS+11SM+3U+3MEL+32M+20FCO+10FS |
CA |
0,188 |
0,036 |
0,185 |
Carvalho filho (2001) |
21CS+11SM+3U+3MEL+32M+10FCO+20FS |
CA |
0,189 |
0,033 |
0,184 |
Carvalho filho (2001) |
21CS+11SM+3U+3MEL+32M+30FS |
CA |
0,586 |
0,089 |
0,307 |
Ronchi et al (2002) |
80RC+20CS |
PM |
0,742 |
0,163 |
0,495 |
Ronchi et al (2002) |
100RC |
PM |
1,18 |
0,260 |
0,542 |
Chambela Neto (2003) (DNP) |
40FT+25U+35SM |
BB |
0,108 |
0,077 |
0,095 |
Chambela Neto (2003) (DNP) |
35SM+15U |
BB |
0,074 |
0,031 |
0,045 |
Malafaia et al (2003) (DNP) |
40FT+25U+35SM |
PN |
0,166 |
0,116 |
0,189 |
Malafaia et al (2003) (DNP) |
40FT+25U+35S |
PN |
0,196 |
0,127 |
0,212 |
Teixeira (2003) |
-- |
PM |
0 |
0 |
0,412 |
Teixeira (2003) |
20M+42FT+15FS+13CS+10AÇ |
PM |
0,578 |
0,109 |
0,444 |
Teixeira (2003) |
20M+42FT+15FS+13CS |
PM |
0,541 |
0,111 |
0,538 |
Teixeira (2003) |
20M+42FT+18FP+10CS+10AÇ |
PM |
0,582 |
0,125 |
0,476 |
Teixeira (2003) |
20M+42FT+18FP+10CS |
PM |
0,544 |
0,126 |
0,544 |
1 AÇ: açúcar
cristal; BB: braquiária brizanta; CA: cana-de-açúcar associada com 1% de
uréia; CE: capim elefante picado; CS: cloreto de sódio; DNP: dados não
publicados; |
Figura 1. Relação entre o consumo de
matéria seca (MS) do suplemento e o ganho
médio diário (GMD) de animais recebendo diferentes tipos de
suplementos
Figura 2. Relação entre o consumo de proteína bruta (PB) do suplemento e o ganho médio diário (GMD) de animais recebendo diferentes tipos de
suplementos
O consumo das forrageiras tropicais é influenciado pela concentração de energia, teor de PB, de fibra indigerível e pela disponibilidade de matéria seca. Quando o consumo é baixo, as taxas de degradação e passagem diminuem. Esses fatores reduzem a taxa de crescimento e a síntese de proteína microbiana (Bergen 1979), possibilitando, ainda, o desperdício de energia devido à fermentação secundária de ácidos graxos voláteis (AGV) para metano e dióxido de carbono (Rowe et al 1979). Isto resulta em baixo desempenho animal, causado por um baixo consumo voluntário e menor eficiência de conversão alimentar (Van Soest 1994).
A relação entre a quantidade de MS da forragem, que deixou de ser consumida pela quantidade de suplemento ingerido, é denominada de taxa de substituição (Reis et al 1997). Se a diminuição no consumo de forragem for igual à quantidade de concentrado consumida, o coeficiente de substituição será 1 e o suplemento terá pouco efeito na produção. Ao contrário, se o suplemento não tem efeito no consumo de forragem, o coeficiente de substituição será igual a zero e se observará benefício integral de seu uso.
Em sistemas de pastejo, cabe ao pasto suprir a maior parte dos nutrientes necessários para satisfazer às exigências nutricionais dos animais. Com uma adequada disponibilidade de pasto, o desempenho animal será o resultado da complexa interação entre a composição química, a digestibilidade da matéria orgânica e o consumo do pasto pelo animal.
Quando a suplementação é destinada a fornecer energia, a ingestão de forragem é reduzida resultando no "efeito de substituição". Nos experimentos conduzidos por Paterson et al (1994), podem ser constatados os "efeitos de substituição" ao se fornecer alimentos energéticos, porém, quando avaliaram os efeitos da suplementação protéica sobre o consumo de forragem observaram-se "efeitos de adição" sobre este.
Uma grande deficiência nos trabalhos de pesquisa conduzidos no Brasil, avaliando o uso da suplementação, diz respeito à pouca atenção dada à quantificação do consumo de MS dos pastos onde são mantidos os animais. Normalmente, os resultados somente são avaliados quanto ao desempenho animal em resposta ao uso dos suplementos. Porém, com base exclusivamente nestes resultados, não se pode explicar se os melhores ou piores desempenhos são devidos ao suplemento ("efeito de substituição") ou ao aumento no consumo de forragem ("efeito de adição"). Portanto, fica evidente a necessidade de avaliação deste parâmetro nos futuros experimentos. É também importante que sejam relatados dados a respeito da disponibilidade e valor nutritivo do pasto, pois estes fatores, juntamente com a quantidade de suplemento consumida determinam o grau de substituição. Conforme já comentado, a substituição é maior na época das águas, onde há elevada oferta e bom valor nutritivo do pasto.
No Brasil, em 1961, surgiu a idéia de se controlar o consumo diário de suplemento pelos animais, através do uso de elevados níveis de NaCl na mistura. A proposta era evitar o fornecimento diário de suplemento ao rebanho e diminuir os custos requeridos com transporte e mão-de-obra para a distribuição destes nos cochos (Bisschoff et al 1967).
Apesar das vantagens apresentadas, o uso do sal como controlador de consumo não é um método preciso. Além de diferenças individuais quanto à tolerância ao sal, com o passar do tempo, os animais podem "adaptar-se" a altos níveis de sal e alterar o consumo da mistura, ou requererem ajustes nos níveis de inclusão de sal. Outro fato é que um mesmo nível de sal pode determinar respostas variadas no consumo de diferentes suplementos. Mudanças na disponibilidade de forragem e a "adaptação" do animal a altos níveis de sal, requerem que um grau de flexibilidade exista no manejo da formulação de suplementos, para alcançar o consumo desejado.
Geralmente utiliza-se 150 até 350 g NaCl kg-1 de suplemento. Nessas situações, há necessidade de uma excelente disponibilidade de água, devido aos elevados níveis de sal ofertados aos animais.
O consumo excessivo pode ser evitado começando com altos níveis de sal (50:50 ou até 60:40 de sal:concentrado) e, depois, reduzindo este nível para se obter o consumo desejado (Haddad e Castro 1998). Os grãos precisam ser moídos e misturados com sal de granulometria semelhante, pois isto melhora a homogeneização e, conseqüentemente, previne o consumo excessivo.
A quantidade de sal para se misturar ao concentrado dependerá do consumo desejado do suplemento. Para se incrementar o consumo de suplemento, diminui-se a quantidade de sal na mistura; para diminuir o consumo, aumenta-se o sal (Haddad e Castro 1998).
Baixos níveis de sal como controlador de consumo são extremamente dependentes da palatabilidade de outros componentes da dieta como uréia, farinha de peixe, e outros. Em geral, suplementos com altos níveis de sal (entre 200 e 300 g NaCl kg-1) propiciam consumos de 0,40 a 0,75 kg d-1 (Carvalho Filho, 2001; Ronchi et al 2002).
Para melhorar o entendimento dos efeitos da suplementação sobre os animais, etogramas foram desenvolvidos para discriminar possíveis modificações comportamentais nos animais, recebendo suplementos contendo diferentes quantidades de NaCl (Ronchi et al 2002). Neste estudo, verificou-se um aumento na porcentagem de animais que consumiam suplemento protéico-energético ao longo do dia (Figura 3). O lote que recebeu o suplemento contendo mais NaCl, ao ir ao cocho mais vezes por dia, ingeriu nutrientes sob forma mais constante para atender ao crescimento microbiano ruminal. Esse consumo mais pausado e uniforme pode otimizar a digestão da forragem e melhorar os padrões da fermentação ruminal.
Em relação ao consumo de água, também foi verificado um aumento na freqüência de ida ao bebedouro (Figura 4), e um maior consumo de água pelos animais que receberam suplemento contendo elevados níveis de NaCl (Tabela 5). Outro aspecto que deve ser estudado é um possível aumento no fluxo de protozoários para o intestino delgado, quando os animais bebem mais água ao longo do dia. O aumento da ingestão de água faz uma diluição maior do conteúdo ruminal, o que dificulta a migração dos protozoários de volta ao rúmen. Dessa forma, nas situações dietéticas, onde a taxa de passagem de sólidos não é grande o suficiente para arrastá-los em direção ao abomaso, eles migram para o rúmen e, esse retorno, causa uma retenção ruminal maior da proteina microbiana de origem protozoa. Por outro lado, a morte dos protozoários no rúmen pode causar efluxo de NH3 do rúmen, o que contribui para as perdas de N urinário (Van Soest, 1994). Carvalho Filho (2001) observou que o número de protozoários no líquido ruminal dos animais, que ingeriram o suplemento, foi menor do que o observado nos animais do lote controle. A semelhança do verificado no estudo de Carvalho Filho (2001), a redução do número de protozoários ruminais devido ao aumento da ingestão de água, também foi quantificada por Purser e Moir (1966). Entretanto, como o número total de protozoários no rúmen não traz informações detalhadas sobre a dinâmica dessa população, faz-se necessário avaliar o número desses microrganismos no omaso e a quantificação da proteina desses microrganismos, que flui para o intestino delgado dos animais ingerindo suplementos contendo grandes quantidades de NaCl; fato não realizado nos estudos de Carvalho Filho (2001) e de Ronchi et al. (2002).
Figura
3. Etogramas de bezerras
mestiças leiteiras ingerindo um suplemento protéico-energético contendo
diferentes quantidades de NaCl (Ronchi et al 2002)
Figura 4.
Etogramas de bezerras mestiças
leiteiras bebendo água (Ronchi et al 2002)
Tabela 5. Consumo diário de água pelas bezerras mestiças leiteiras ingerindo 15 ou 75 g d-1 de NaCl contidas em 1 kg de suplemento protéico-energético, fornecido 3 vezes ao dia |
||||||||
|
Consumo de água (litrod-1) |
|
||||||
Consumo de NaCl |
17/3/02 T1 = 37,2 oC |
5/4/02 T = 34,5 oC |
20/4/02 T = 35,2 oC |
média |
Erro padrão |
% dia |
% noite |
|
15 g d-1 |
18,8 |
9,7 |
19,2 |
15,9 |
5,4 |
80,1 |
19,9 |
|
75 g d-1 |
26,0 |
23,8 |
25,2 |
25,1 |
1,2 |
77,7 |
22,3 |
|
Fonte: Ronchi et al 2002 |
Existem evidências de que alguns sais na dieta podem aumentar a osmolaridade do rúmen, elevando a taxa de diluição neste órgão e melhorando a eficiência da digestão ruminal (Harrison et al 1975). Numericamente, a osmolaridade do líquido ruminal dos animais suplementados foi sempre maior do que a verificada para os animais controle (Tabela 6).
A redução no pH ruminal é freqüentemente citada como a principal causa do decréscimo na digestão ruminal da fibra da forragem. Porém, esse fato nem sempre explica as reduções no consumo e na digestibilidade da forragem associadas à suplementação energética (Canton e Dhuyvetter 1997). Quando a quantidade de suplemento consumido for inferior a 2 g kg-1 de peso, o pH ruminal não é alterado para valores considerados críticos à atividade fibrolítica (Carvalho filho, 2001; Ronchi et al 2002; Tabela 6).
Tabela 6. Osmolaridade, pH, número de protozoários e concentração de N-NH3 no líquido ruminal de animais recebendo ou não um suplemento protéico-energético |
||||
Hora da coleta do líquido ruminal |
Lote controle1 (n=3 animais) |
Lote suplementado1 |
Lote controle2 |
Lote suplementado2 |
Osmolaridade (mMol litro-1) |
||||
8 |
-- |
-- |
228 a |
235 a |
10 |
194 a |
235 a |
235 a |
268 b |
15 |
220 a |
246 a |
225 a |
234 a |
18 |
239 a |
250 a |
216 a |
225 a |
pH |
||||
8 |
-- |
-- |
7,30 a |
7,24 a |
10 |
6,86 a |
6,71 a |
7,21 a |
6,99 a |
15 |
6,93 a |
6,73 a |
6,68 a |
6,90 a |
18 |
7,06 a |
6,76 a |
6,93 a |
7,11 a |
Protozoários (Células ml-1) |
||||
8 |
-- |
-- |
265000 b |
165000 a |
10 |
18400a |
19200 a |
117500 a |
157500 a |
15 |
26400 a |
21600 a |
235000 b |
180000 a |
8 |
62800 b |
22000 a |
185000 a |
212000 a |
N-NH3 (mg dl-1) |
||||
8 |
-- |
-- |
6,13 a |
8,58 a |
10 |
15,4 a |
16,3 a |
5,60 a |
14,88 b |
15 |
15,9 a |
18,2 a |
9,80 a |
8,05 a |
18 |
19,1 a |
20,1 a |
13,65 a |
12,43 a |
1
– Ronchi et al 2002 |
O consumo de suplementos contendo grãos ou subprodutos da agroindústria permite que os animais venham a receber diariamente macro e microminerais contidos nos ingredientes protéico-energéticos desses suplementos. A composição mineral dos principais ingredientes utilizados para a formulação de suplementos no Brasil encontra-se na Tabela 7.
Tabela 7. Composição mineral média dos ingredientes utilizados para a formulação de suplementos protéico-energéticos |
||||
|
P |
Cu |
Co |
Zn |
Farelo de trigo |
10 |
12 |
0,11 |
105 |
Farelo de arroz |
15 |
12 |
1,4 |
33 |
Fubá de Milho |
2,5 |
3 |
0,3 |
24 |
Farelo de soja |
7 |
14 |
0,12 |
50 |
Farinha de peixe |
42 |
7 |
1,0 |
171 |
Farelo de algodão |
9 |
15 |
0,4 |
70 |
Uréia |
0 |
0 |
0 |
0 |
NaCl |
0 |
0 |
0 |
0 |
Melaço |
0,3 |
50 |
0,5 |
18 |
Malafaia, 2003 (Dados não publicados) |
Assumindo que os principais elementos minerais carentes nas pastagens brasileiras são o P, Na, Cu, Co e Zn, as seguintes simulações de consumo de minerais podem ser feitas a partir dos dados de pesquisa já publicados no Brasil (Tabela 8). Os consumos foram calculados sem considerar a ingestão de minerais advindos do sal mineral comercial contido nesses suplementos; ou seja, apenas a ingestão de macro e microminerais contidos nos ingredientes protéico-energéticos, considerando os valores médios da Tabela 7.
Embora muita ênfase seja dada aos impactos benéficos da suplementação protéico-energética sobre o ganho de peso ou os aspectos reprodutivos do rebanho, pouca ou nenhuma atenção vem sendo dada à possibilidade da redução do custo da suplementação fosfórica e também de outros minerais.
Quando os consumos dos minerais são descritos em função das exigências desses elementos, fica evidente que o requerimento de P é o mais atendido pela ingestão dos ingredientes protéico-energéticos (Tabela 8). Quando os suplementos contêm farelo de trigo, há uma porcentagem maior do requerimento de P atendida pela suplementação (Tabela 8). Isso implica que a composição do sal mineral a ser incorporado nos suplementos poderá conter menos P do que a usualmente verificada no mercado (60 - 120 g P kg-1).
Se a ingestão de MS for de 2,3 % do peso vivo, um animal com 230 kg comerá 5,3 kgMS d-1. Assumindo um valor de 0,11 % de P na MS do pasto (valor considerado crítico), esse animal consumirá 5,8 gP d-1 que, juntamente com o P ingerido apenas dos ingredientes protéico-energéticos utilizados nos estudos de Ronchi et al (2002), Zevourdakis et al (2002) e Teixeira, (2003), totalizará, respectivamente, 9,8, 10,3 e 14,0 gP d-1 (Tabela 8). Tais valores praticamente suprem a exigência de fósforo deste animal. Nestes casos e em outros similares, a suplementação fosfórica advinda de um suplemento mineral comercial seria desnecessária. Em situações onde a ingestão de suplementos contendo farelo de trigo, farelo de arroz, farinha de peixe ou farelo de algodão, for superior a 500 g d-1, os suplementos não precisariam conter uma mistura mineral comercial possuindo P; apenas deveriam conter NaCl (como controlador do consumo voluntário) associado a algum outro elemento mineral julgado necessário, após ter-se informações sobre o histórico de deficiências minerais na fazenda, realizar-se o exame clínico do rebanho e interpretar análises de forragens. É importante lembrar que os resultados de análises de pastagens servem apenas como informação complementar junto ao processo de tomada de decisão sobre a suplementação, ou não, de um dado elemento mineral (Tokarnia et al 2000).
Tabela 8. Consumo diário de P, Cu, Co e Zn contidos apenas nos ingredientes protéico-energéticos e % da exigência atendida pelo consumo desses elementos |
||||||
Autor |
Suplemento |
Consumo do
Suplemento |
Consumo de
P |
Consumo de
Cu |
Consumo de
Co |
Consumo de
Zn |
Carvalho Filho 2001 |
32M+30FS+3U+21CS+3MEL |
720 |
2,1 |
4,79 |
0,106 |
16,7 |
Ronchi et al 2002 |
25FT+20M+15F S+15FA+20CS+5SM |
742 |
4,0 |
5,88 |
0,123 |
36,4 |
Zevourdakis et al 2002 |
40FT+40FS+10U+10SM |
660 |
4,5 |
6,86 |
0,061 |
40,9 |
Teixeira 2003 |
20M+42FT+18FP+10CS |
600 |
8,2 |
4,59 |
0,191 |
53,1 |
|
|
|
Exigências de um animal c/ 230 kg ganhando 450 g d-1 |
|||
|
|
|
P (g d-1) |
Cu (mg d-1) |
Co (mg d-1) |
Zn (mg d-1) |
|
|
|
10,06 |
50,60 |
0,530 |
158,0 |
|
|
|
% da exigência atendida pela ingestão do suplemento |
|||
|
|
|
20,8 |
9,5 |
20,0 |
10,6 |
|
|
|
39,8 |
11,6 |
23,2 |
23,0 |
|
|
|
44,7 |
13,5 |
11,5 |
25,9 |
|
|
|
81,2 |
9,1 |
35,6 |
33,6 |
CS: cloreto de sódio; FA: farelo de algodão; FP: farinha de peixe; FS: farelo de soja; FT: farelo de trigo; M: fubá de milho; MEL: melaço em pó; SM: suplemento mineral comercial; U: uréia |
A suplementação em pastagens deve ser utilizada como forma de suprir as deficiências qualitativas e quantitativas da forragem disponível, e deve sempre evitar ou minimizar a substituição do consumo da forragem pelo consumo do suplemento.
A suplementação permite que os animais ganhem peso durante todo ciclo de crescimento, possibilitando retornos econômicos ao produtor em menor espaço de tempo.
É importante ajustar o nível de NaCl, para atingir o consumo desejado de suplemento, considerando a qualidade e a disponibilidade de forragem, os ingredientes, o espaço em cocho e a oferta de suplemento para os animais.
É essencial que se tenha adequada disponibilidade de biomassa de pasto para se obter os resultados esperados com a suplementação. Em casos de oferta limitada de forragem, o fornecimento de suplementos energéticos é mais indicado.
A suplementação, durante a estação das chuvas, também pode trazer resultados positivos em ganho de peso e uma melhora dos outros índices zootécnicos, especialmente os relacionados com a reprodução. Atenção especial deve ser dada à viabilidade econômica da suplementação nesta época do ano.
Na formulação de suplementos para a época seca devem-se usar fontes de proteína de alta degradabilidade ruminal ou uréia. Os alimentos disponíveis na região e aqueles de menor custo unitário por quilo de N, devem sempre ser priorizados para formulação destes suplementos.
Com a adoção da técnica de suplementação, as maiores mudanças no manejo da fazenda são aquelas relativas ao manejo das pastagens quanto à reserva de pasto para a época seca. O diferimento torna-se a opção mais viável. Para tal, devem ser utilizadas espécies de plantas, que apresentem maior relação folha/caule, garantindo maior disponibilidade de MS durante o período seco.
O consumo de minerais contidos nos ingredientes protéico-energéticos permite reduzir os custos com a suplementação mineral do rebanho, especialmente a fosfórica, que é a mais cara, além de ser um recurso mineral não renovável.
No Brasil, a pesquisa direcionada para esta
estratégia deveria quantificar o consumo de forragem e as
possíveis alterações comportamentais e ruminais,
como forma de explicar os desempenhos e mecanismos de
interações nutricionais, que ocorrem com animais
consumindo suplementos contendo elevados níveis de
NaCl.
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Received 1 September 2003; Accepted 16 December 2003