Livestock Research for Rural Development 28 (12) 2016 Guide for preparation of papers LRRD Newsletter

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Fitossociologia de plantas daninhas em áreas de integração lavoura-pecuária

Alexandre Magno Brighenti, Leonardo Henrique Ferreira Calsavara1, Marcelo Dias Muller e Yago Vieira Guerra Varotto2

Embrapa Gado de Leite, Juiz de Fora, MG, Brasil.
leonardo.calsavara@emater.mg.gov.br
1 Emater-MG, Coronel Xavier Chaves, MG, Brasil.
2 Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora, MG , Brazil

Resumo

Os levantamentos florísticos dos agroecossistemas são fundamentais na escolha de métodos adequados de controle de plantas daninhas. O objetivo deste estudo foi identificar e quantificar as plantas daninhas em áreas de integração lavoura-pecuária (ILP) no município de Coronel Xavier Chaves, MG, a fim de dar subsídios ao manejo de plantas daninhas.

Obteve-se os parâmetros de frequência, frequência relativa, densidade, densidade relativa, abundância, abundância relativa e índice de importância relativa. Foram identificadas 31 espécies, distribuídas em 13 famílias. Asteraceae e Euphorbiaceae foram as famílias mais representativas, com o maior número de espécies cadastradas. As cinco principais plantas daninhas ocorrentes nas áreas foram em ordem decrescente de importância, Ageratum conyzoides, Chamaesyce hirta, Sida rhombifolia, Amaranthus spp e Emilia fosbergii.

Palavras-chave: sistemas integrados, forrageiras, milho, Urochloa ruziziensis



Phytosociological census of weeds in integrated crop-livestock systems

Abstract

The floristic surveys of agroecosystems are important in selecting the most appropriate methods of weed control. The objective of this study was to identify and quantify the weeds on integrated crop-livestock areas in the municipality of Coronel Xavier Chaves, Minas Gerais State, Brazil, to subsidize the control of those species. The parameters of frequency, relative frequency, density, relative density, abundance, relative abundance and relative importance index were evaluated.

Thirty one species were identified, belonging to thirteen families. The Asteraceae and Euphorbiaceae families showed the highest number of species. The top five weed species in descending order of importance were: Ageratum conyzoides, Chamaesyce hirta, Sida rhombifolia, Amaranthus spp and Emilia fosbergii.

Keywords: integrated systems, forages, maize, Urochloa ruziziensis


Introdução

As pastagens assumem papel de importância no sucesso da pecuária, sendo necessária sua manutenção em condições adequadas de produção. Entretanto, o que se observa na prática é a predominância de pastagens degradadas, o que pode ser considerado um dos principais problemas dos sistemas de produção de bovinos no Brasil. Estima-se que 80% dos quase 60 milhões de hectares das áreas de pastagens na região de cerrados apresentam algum estádio de degradação (Macedo et al 2000). A degradação pode ser causada, principalmente, pela falta de adaptação da espécie forrageira às condições edafoclimáticas, erros na implantação e condução inicial da pastagem, a perda da fertilidade do solo pela falta de adubações de implantação e de manutenção, o superpastejo e a interferência de plantas daninhas (Peron e Evangelista 2004).

Nesse contexto, enquadram-se os sistemas de integração lavoura-pecuária como uma ferramenta importante na recuperação de áreas degradadas. Esses sistemas mistos permitem a diversificação de empreendimentos agropecuários em uma mesma unidade produtiva, gerando diversas oportunidades, como o aumento da produção, da renda e a manutenção dos serviços ambientais (Herrero et al 2010). A partir da atividade pecuária, por exemplo, usam-se as fezes dos bovinos para fertilizar os solos que serão utilizados pela agricultura, enquanto os resíduos das lavouras servem para alimentação animal.

Um dos pontos críticos no processo produtivo de sistemas de ILP é a interferência negativa das plantas daninhas, que competem por água, luz e nutrientes (Gontijo Neto et al 2014). Outro aspecto a ser considerado é que a presença de plantas daninhas nas pastagens, além de reduzir a produção e a qualidade da forrageira, pode causar intoxicação do gado pela presença de plantas tóxicas. Quando se associam vários cultivos implantados numa mesma área, tornam-se mais heterogêneas as práticas de controle das espécies daninhas (Ferreira et al 2010). Também há necessidade de manejar corretamente a espécie forrageira para que não haja interferência da mesma nos cultivos em consórcio.

A primeira etapa para o manejo adequado de plantas daninhas envolve o cadastramento fitossociológico das espécies infestantes. Essa técnica permite determinar as espécies de maior importância, levando-se em consideração os parâmetros de frequência, densidade e abundância (Braun-Blanquet 1979). Após essa fase, pode-se decidir qual o melhor método de controle a ser adotado, se cultural, mecânico, físico, biológico, químico ou o manejo integrado (Oliveira e Freitas 2008). Trabalhos dessa natureza foram realizados em várias culturas como, por exemplo, no café (Laca-Buendia e Brandão 1994), na soja (Saturnino e Rocha 1993; Laca-Buendia et al 1995) e no milho (Laca-Buendia et al 1997).

O objetivo deste estudo foi identificar e quantificar as plantas daninhas em áreas de integração lavoura-pecuária no município de Coronel Xavier Chaves, MG, a fim de dar subsídios ao manejo de plantas daninhas.


Material e métodos

O levantamento florístico foi conduzido no município de Coronel Xavier Chaves, Minas Gerais, Brasil (21° 00′ 42.86′′ S e 44° 12′ 44.23′′ W). Essa região pertence a zona de transição dos biomas Cerrado e Mata Atlântica. O clima, segundo a classificação de Köppen, é do tipo Cwa (mesotérmico), denominado tropical de altitude, apresentando inverno seco e verão quente, com precipitação anual de 1.600 mm.

As avaliações foram realizadas em duas safras, 2014/2015 e 2015/2016. Em cada safra realizou o levantamento em quatro propriedades leiteiras de agricultura familiar do município. Nessas propriedades foram implantadas lavouras de milho consorciadas com braquiária (Urochloa ruziziensis). Utilizou-se a semeadora de plantio direto SAM 200 (Semeato Ltda, Passo Fundo, RS, Brasil), com três linhas de plantio, para realizar a semeadura da lavoura. O espaçamento entrelinhas do milho empregado foi de 0,75 m com estande de aproximadamente 66.665 plantas ha-1. A adubação de plantio foi de 429 kg ha-1 do fertilizante NPK (formulação 8-28-16 mais 0,5% de zinco). As adubações em cobertura foram realizadas utilizando 400 kg ha-1 do fertilizante NPK (formulação 20-00-20), nos estádios fenológicos do milho entre V4 e V6 (Ritchie et al 1993). A braquiária foi semeada concomitantemente a semeadura do milho numa quantidade de 12 kg ha-1 (valor cultural 40%).

Na pré-colheita do milho, que coincidiu com os meses de fevereiro a março de 2015 e 2016, aplicou-se o método do quadrado inventário ou censo da população vegetal (Braun-Blanquet 1979), que se baseia na utilização de um quadrado de 1,0 x 1,0 m (1m²), colocado ao acaso no interior das lavouras. As plantas daninhas presentes foram identificadas por espécie e contadas.

Posteriormente, foram calculados a frequência, a frequência relativa, a densidade, a densidade relativa, a abundância, a abundância relativa e o índice de importância relativa conforme Mueller-Dombois e Ellemberg 1974:

Frequência = número de quadrados que contein da espécie  
                       número total de quadrados obtidos (área total)

Frequência Relativa =  frequência da espécie x 100
                                  frequência total de todas as espécies

Densidade = número total de indivíduos por espécie    
                     densidade total de todas as espécies

Densidade Relativa = densidade da espécie x 100  
                                   densidade total de todas as espécies

 Abundância = número total de indivíduos por espécie             
 número total de quadrados que contém a espécie

Abundância Relativa = abundância da espécie x 100        
                                   abundância total de todas as espécies

Índice Importância Relativa = Frequência Relativa + Densidade Relativa + Abundância Relativa

No levantamento realizado em fevereiro de 2015, doze parcelas foram amostradas aleatoriamente em cada lavoura nas seguintes propriedades: Sítio Cascalho Preto, Fazenda Canela, Chácara das Gabirobas e Sítio do Cuba. No levantamento realizado em 2016, foram amostradas aleatoriamente oito parcelas em cada lavoura nas seguintes propriedades: Sítio Cascalho Preto, Sítio São Judas Tadeu, Sítio Fartura e Sítio do Cuba.


Resultados e discussão

A relação das plantas daninhas, distribuídas por famílias e espécies, predominantes em áreas de ILP no município de Coronel Xavier Chaves, MG, em 2015 encontra-se na Tabela 1. Foram cadastradas 10 famílias e 23 espécies. As famílias que apresentaram maior número de espécies foram Asteraceae, seguida de Euphorbiaceae. Levantamentos de espécies daninhas em cultivos de milho foram realizados por Ndam et al (2014). Os autores também observaram a predominância de espécies daninhas das famílias Asteraceae (15%) e Euphorbiaceae (6%) nas lavouras de milho avaliadas.

Houve predominância de espécies eudicotiledôneas em relação às monocotiledôneas. Esse fato é importante quando se analisa o manejo químico de plantas daninhas na cultura do milho consorciado com braquiária onde a eliminação de espécies daninhas de folhas largas é realizado na maioria das vezes com herbicidas cujo princípio ativo é a atrazine. Esse herbicida, quando aplicado corretamente em condições de pré-emergência ou em pós-emergência inicial do milho, controla de forma eficaz as espécies de folhas largas sem causar danos às plantas de braquiária. Também, a correta aplicação de herbicidas dessecantes na pré-semeadura do milho mais braquiária é uma prática aconselhável no sentido de reduzir a infestação durante o ciclo do milho.

Tabela 1. Relação de plantas daninhas, distribuídas por família e espécie, ocorrentes em áreas
de integração lavoura-pecuária no município de Coronel Xavier Chaves, MG, 2015.

Familia

Nome comum

Nome científico

Asteraceae

Mentrasto, erva-de-São João

Ageratum conyzoides

Picão, picão-preto

Bidens spp

Buva, voadeira

Conyza spp

Falsa-serralha, pincel, brocha

Emilia fosbergii

Carrapicho-rasteiro

Acanthospermum australe

Assa-peixe

Vernonia polyanthes

 

Euphorbiacea

Erva-de santa-luzia, burra leiteira

Chamaesyce hirta

Amendoim-bravo, leiteiro

Euphorbia heterophylla

Quebra-pedra, arrebenta-pedra

Phyllanthus tenellus

Gervão-branco, gervão

Croton glandulosus

 

Solanaceae

Maria-pretinha, erva-moura

Solanum americanum

Joá-de-capote

Nicandra physalodes

 

Amaranthaceae

Caruru, bredo

Amaranthus spp

Apaga-fogo

Althernanthera tenella

 

Rubiaceae

Poaia, poaia-branca

Richardia brasiliensis

Erva-quente, poaia-do-campo

Spermacoce latifolia

 

Fabaceae

Carrapicho-beiço-de-boi

Desmodium incanum

Fedegoso, mata-pasto-liso

Senna obtusifolia

 

Malvaceae

Guanxuma, vassourinha

Sida rhombifolia

Carrapicho-de-cavalo, malvastro-grande

Triumfetta rhomboidea

 

Lamiaceae

Cheirosa, bamburral

Hyptis suaveolens

 

Poacea

Capim-pé-de-galinha

Eleusine indica

 

Convolvulaceae

Corda-de-viola, corriola

Ipomoea spp

As cinco principais plantas daninhas presentes nas áreas em 2015 foram Ageratum conyzoides com 5,45 plantas/m², 0,37 de frequência, 14,55 de abundância e 54,15 % de índice de importância (Tabela 2). Chamaesyce hirta com 3,54 plantas/m², 0,14 de frequência, 24,28 de abundância e 42,65 % de índice de importância. Sida rhombifolia com 3,39 plantas/m², 0,39 de frequência, 8,57 de abundância e 39,77 % de índice de importância. Amaranthus spp com 0,89 plantas/m², 0,04 de frequência, 21,50 de abundância e 22,75 % de índice de importância. Emilia fosbergii com 0,93 plantas/m², 0,27 de frequência, 3,46 de abundância e 18,23 % de índice de importância.

Tabela 2. Número de quadrados onde a espécie foi encontrada (NQ), número de plantas (NP), frequência (F), frequência relativa (FR) (%), densidade (D) (plantas m-2), densidade relativa (DR) (%), abundância (A), abundância relativa (AR) (%), índice de importância relativa (IIR) (%) em áreas de integração lavoura-pecuária no município de Coronel Xavier Chaves, MG, 2015.

Espécie

NQ

NP

F

FR

D

DR

A

AR

IIR

Ageratum conyzoides

18

262

0,375

14,881

5,458

28,107

14,556

11,165

54,153

Chamaesyce hirta

7

170

0,146

5,787

3,542

18,237

24,286

18,628

42,653

Sida rhombifolia

19

163

0,396

15,708

3,396

17,486

8,579

6,580

39,774

Amaranthus spp

2

43

0,042

1,653

0,896

4,613

21,500

16,492

22,758

Emilia fosbergii

13

45

0,271

10,747

0,938

4,827

3,462

2,655

18,230

Althernanthera tenella

4

48

0,083

3,307

1,000

5,149

12,000

9,205

17,661

Euphorbia heterophylla

4

45

0,083

3,307

0,938

4,827

11,250

8,629

16,764

Ipomoea spp

12

35

0,250

9,921

0,729

3,755

2,917

2,237

15,913

Richardia brasiliensis

7

29

0,146

5,787

0,604

3,111

4,143

3,178

12,076

Bidens spp

7

24

0,146

5,787

0,500

2,575

3,429

2,630

10,992

Hyptis suaveolens

4

21

0,083

3,307

0,438

2,253

5,250

4,027

9,587

Eleusine indica

5

17

0,104

4,134

0,354

1,824

3,400

2,608

8,565

Acanthospermum australe

5

13

0,104

4,134

0,271

1,395

2,600

1,994

7,523

Nicandra physalodes

3

3

0,063

2,480

0,063

0,322

1,000

0,767

3,569

Spermacoce latifolia

2

2

0,042

1,653

0,042

0,215

1,000

0,767

2,635

Croton glandulosus

2

2

0,042

1,653

0,042

0,215

1,000

0,767

2,635

Solanum americanum

1

2

0,021

0,827

0,042

0,215

1,000

1,534

2,575

Conyza spp

1

1

0,021

0,827

0,021

0,107

2,000

0,767

1,701

Triumfetta rhomboidea

1

1

0,021

0,827

0,021

0,107

1,000

0,767

1,701

Desmodium incanum

1

1

0,021

0,827

0,021

0,107

1,000

0,767

1,701

Vernonia polyanthes

1

1

0,021

0,827

0,021

0,107

1,000

0,767

1,701

Phyllanthus tenellus

1

1

0,021

0,827

0,021

0,107

1,000

0,767

1,701

Senna obtusifolia

1

1

0,021

0,827

0,021

0,107

1,000

0,767

1,701

Total

122

932

2,542

100,0

19,417

100,0

130,37

100,00

300,04

No segundo ano de avaliação foram cadastradas 11 famílias e 18 espécies (Tabela 3). Da mesma forma que no primeiro ano de avaliação, houve predominância de espécies daninhas eudicotiledôneas em relação às monocotildôneas e a família Asteraceae apresentando o maior número de espécies. Levantamentos de plantas daninhas em áreas de milho consorciado com braquiária (Urochloa ruziziensis) foram realizados no município de Nova Odessa, SP, em 2010-2011 (Batista et al 2014). O maior número de espécies cadastradas também pertenciam a família Asteraceae, sendo a guaxuma (Sida spp) a espécie com maior potencial em causar danos à cultura do milho.

Considerando o monocultivo da braquiária, levantamentos de plantas daninhas realizados em pastagens de Urochloa em Nova Olímpia MT, também detectaram que a maioria das espécies cadastradas pertencia à família Asteraceae (Inoue et al 2013).

Tabela 3. Relação de plantas daninhas, distribuídas por família e espécie, ocorrentes em áreas de integração lavoura-pecuária-floresta no município de Coronel Xavier Chaves, MG-2016.

Familia

Nome comum

Nome científico

Asteraceae

Mentrasto, erva-de-São João

Ageratum conyzoides

Picão, picão-preto

Bidens sp.

Falsa-serralha, pincel, brocha

Emilia fosbergii

Assa-peixe

Vernonia polyanthes

Serralha

Sonchus oleraceus

 

Solanaceae

Joá-bravo

Solanum sisymbrifolium

 

Amaranthaceae

Caruru, bredo

Amaranthus spp

 

Rubiaceae

Poaia, poaia-branca

Richardia brasiliensis

Poaia-do-campo

Spermacoce latifolia

 

Commelinaceae

Trapoeraba

Commelina benghalensis

 

Malvaceae

Guanxuma, vassourinha

Sida rhombifolia

 

Lamiaceae

Cheirosa, bamburral

Hyptis suaveolens

 

Poacea

Capim custódio

Pennisetum setosum

Capim-colchão
Grama batatais

Digitaria sp
Paspalum notatum

 
Convulvolacea

Corda-de-viola, corriola

Ipomoea spp

 

Cyperaceae

Tiririca, junquinho, cebolinha

Cyerus spp

 

Liliaceae

Japeganga

Smilax brasiliensis

As principais espécies daninhas cadastradas no segundo ano de avaliação foram Ageratum conyzoides com 11,40 plantas/m², 0,59 de frequência, 19,21 de abundância e 81,99 % de índice de importância; Digitaria spp com 6,0 plantas/m², 0,56 de frequência, 10,77 de abundância e 51,19% de índice de importância; Commelina benghalensis com 1,93 plantas/m², 0,12 de frequência, 15,50 de abundância e 28,04 % de índice de importância; Richardia brasiliensis com 1,65 plantas/m², 0,50 de frequência, 3,31 de abundância e 24,19 % de índice de importância; Sida rhombifolia com 1,50 plantas/m², 0,53 de frequência, 2,82 de abundância e 23,94 % de índice de importância (Tabela 4).

O mentrasto (A. conyzoides) foi a espécie predominante nos dois anos de avaliação. De acordo com Lorenzi (2000), essa planta é herbácea, de ciclo anual, com altura variando de 30-80 cm. Está disseminada em todas as regiões agrícolas do Brasil, com propagação exclusivamente por sementes. Uma única planta chega a produzir até 40 mil sementes (Kissmann e Groth 1999).

Embora a composição da comunidade de plantas daninhas em um agroecossistema esteja associada às condições edafoclimáticas da região, determinados manejos do solo e tratos culturais podem favorecer ou reprimir determinada espécie (Godoy et al 1995). A redução das populações de mentrasto pode ser obtida com alguma prática de manejo que evite a floração e a produção de sementes, sendo de primordial importância na redução do banco de sementes e emergência da espécie em cultivos subsequentes. A implantação de sorgo no espaçamento de 0,5 m, consorciado com Braquiária ruziziensis, possibilita a redução da população de A. conyzoides (Sodré Filho et al 2014).

Em ecossistemas de pastagens, a preferência de certas plantas pelos animais deve ser considerada e a herbivoria pode ocasionar desbalanço da competição e o consequente favorecimento para espécies não aceitáveis pelos animais, como por exemplo o tiriricão, o mata-pasto, a guanxuma, o sapé, o fumo e também o mentrasto.

Tabela 4. Número de quadrados onde a espécie foi encontrada (NQ), número de plantas (NP), frequência (F), frequência relativa (FR) (%), densidade (D) (plantas m-2), densidade relativa (DR) (%), abundância (A), abundância relativa (AR) (%), índice de importância relativa (IIR) (%) em áreas de integração lavoura-pecuária-floresta no município de Coronel Xavier Chaves, MG, 2016.

Espécie

NQ

NP

F

FR

D

DR

A

AR

IIR

Ageratum conyzoides

19

365

0,594

16,815

11,406

44,082

19,211

21,092

81,990

Digitaria spp

18

194

0,563

15,930

6,063

23,430

10,778

11,834

51,194

Commelina benghalensis

4

62

0,125

3,540

1,938

7,488

15,500

17,018

28,046

Richardia brasiliensis

16

53

0,500

14,160

1,656

6,401

3,313

3,637

24,198

Sida rhombifolia

17

48

0,531

15,045

1,500

5,797

2,824

3,100

23,943

Cyperus spp

1

12

0,031

0,885

0,375

1,449

12,000

13,176

15,510

Spermacoce spp

7

29

0,219

6,195

0,906

3,502

4,143

4,549

14,246

Ipomoea spp.

8

17

0,250

7,080

0,531

2,053

2,125

2,333

11,466

Bidens pilosa

7

9

0,219

6,195

0,281

1,087

1,286

1,412

8,694

Emilia fosbergii

5

12

0,156

4,425

0,375

1,449

2,400

2,635

8,509

Hyptis suaveolens

3

9

0,094

2,655

0,281

1,087

3,000

3,294

7,036

Amaranthus spinosus

2

7

0,063

1,770

0,219

0,845

3,500

3,843

6,458

Pennisetum setosum

1

4

0,031

0,885

0,125

0,483

4,000

4,392

5,760

Paspalum notatum

1

2

0,031

0,885

0,063

0,242

2,000

2,196

3,322

Vernonia polyanthes

1

2

0,031

0,885

0,063

0,242

2,000

2,196

3,322

Solanum ssisymbrifolium

1

1

0,031

0,885

0,031

0,121

1,000

1,098

2,104

Sonchus oleraceus

1

1

0,031

0,885

0,031

0,121

1,000

1,098

2,104

Smilax brasiliensis

1

1

0,031

0,885

0,031

0,121

1,000

1,098

2,104

Total

3,531

100,007

25,875

100,00

91,078

100,00

300,007


Conclusões


Agradecimentos

À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG) e ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), pelo apoio financeiro.


Referências

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Braun- Blanquet V 1979 Fitosociología, bases para el estudio de las comunidades vegetales. Madrid: H. Blume, 820 p.

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Received 11 September 2016; Accepted 17 November 2016; Published 1 December 2016

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