Livestock Research for Rural Development 22 (11) 2010 | Notes to Authors | LRRD Newsletter | Citation of this paper |
Foi avaliado o efeito da adição de cal (CaO) em doses crescentes, sobre o pH, nitrogênio amoniacal, populações de fungos e leveduras e a composição bromatológica do feno de capim Tanzânia (Panicum maximun). O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado, com cinco tratamentos: somente feno, feno mais 0,5% de cal, feno mais 1,0% de cal, feno mais 1,5% de cal e feno mais 2,0% de cal na matéria natural com cinco repetições.
A adição de cal reduziu a produção de nitrogênio amoniacal, o que pode estar associado com a redução das populações de fungos e leveduras, embora não tenha alterado o pH do feno. Houve redução quadrática dos teores de matéria seca, fibra em detergente neutro, fibra em detergente ácido e hemicelulose e aumento quadrático do teor de proteína bruta com os níveis de cal.
Palavras-chave: forragem, microrganismo, tratamento alcalino, valor nutritivo
The objective of this experiment was to evaluate the effect of lime (CaO) inclusion in crescent levels on the pH, ammonia nitrogen, populations of fungi , yeasts and chemical composition of Tanzania grass (Panicum maximun) hay. The experimental design was entirely randomized, with five treatments: hay; hay plus 0,5% CaO; hay plus 1,0% CaO;; 1,5% CaO and hay plus 2,0% the CaO based on natural matter, including five replicates.
The lime inclusion reduced ammonium nitrogen production that may be associated with the reduction of fungi or yeast population , in spite of the pH of the hay was not changed. There was quadratic decrease of dry matter, neutral detergent fiber and acid detergent fiber contents, and quadratic increase of crude protein content as CaO levels increase.
Key words: alkaline treatment, forage, microorganism, nutritive value
As principais causas de perdas de matéria seca durante o armazenamento de fenos estão relacionadas com o prolongamento do processo de respiração celular e o desenvolvimento de bactérias, fungos e leveduras. Por isso, a desidratação bem feita da forragem na hora da fenação pode diminuir a população de microorganismos naturalmente encontrado nas áreas de produção como Cladosporium e fusarium.
Os fungos de maior ocorrência durante o armazenamento são: Penicillum, spp. Fusarium spp. e Aspergillus spp.. Vale lembrar que, além das alterações na composição química, o desenvolvimento de fungos pode ser prejudicial à saúde dos animais e das pessoas que manuseiam esses fenos, por causa da produção de toxinas, principalmente aquelas relacionadas aos fungos patogênicos, como Aspergillus glaucus e Aspergillus fumigatus (Zanine e Diniz 2007).
Nos últimos anos, têm-se utilizado diversos tipos de tratamentos químicos, físicos e biológicos visando melhorar as características de volumosos para que possam ser melhor aproveitados pelos ruminantes (Gobbi et al 2005). Os agentes alcalinizantes como o hidróxido de sódio, o hidróxido de cálcio, a amônia anidra e mais recentemente o óxido de cálcio (CaO) são utilizados para melhorar os coeficientes de digestibilidade de fenos, palhas e/ou resíduos agrícolas.
Esse tratamento químico de volumosos resulta na elevação na digestibilidade da celulose e da hemicelulose, em razão da expansão das moléculas de celulose, devido ao rompimento das pontes de hidrogênio e aumento da hidratação da fibra, permitindo o rápido acesso dos microrganismos, o que resulta em maior digestibilidade da matéria seca (Berger et al 1994).
Porém as informações a respeito da eficácia e das quantidades da cal requeridas ainda não foram relatadas na literatura científica para o feno de capim Tanzânia, tanto no aspecto nutricional quanto no controle de microrganismos indesejáveis. Diante disso, objetivou-se avaliar o efeito da adição de níveis de cal (CaO) sobre o pH, nitrogênio amoniacal (N-NH3), populações de fungos e leveduras e a composição bromatológica do feno de capim-tanzânia.
O experimento foi realizado no Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Viçosa, Viçosa-MG, Brasil. Situada a 20º e 45’de latitude sul, 42º e 51’de longitude oeste e 657 m de altitude, apresentando precipitação média anual de 1341 mm.
Utilizou-se um pasto de capim Tanzânia (Panicum maximum, Jacq cv. Tanzânia), recém formada com 50 dias de rebrotação e adubado com 50 kg/N/ha, após o rebaixamento mecânico a uma altura de 25 cm.
O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado, com cinco tratamentos: T1 – somente feno, T2 – feno mais 0,5% de cal, T3 – feno mais 1,0% de cal, T4 – feno mais 1,5% de cal e T5 – feno mais 2,0% de cal, com base na matéria natural, e cinco repetições por tratamento. O capim Tanzânia foi colhido para fenação 70 dias após o corte de uniformização. Os cortes de uniformização e para a colheita do capim foram realizados utilizando-se uma máquina segadora costal e, o tempo de desidratação foi de dois ao sol, chegando a valores próximos a 20% de umidade no capim Tanzânia.
O feno de capim Tanzânia foi misturado à quantidade de cal correspondente a cada
dose. A quantidade de água utilizada como veículo para a cal foi de 50 Ml/kg de
forragem. Esta quantidade foi aplicada inclusive no tratamento testemunha. Em
seguida, efetuou-se a homogeneização. Os sacos, após o enchimento, foram vedados
com fitas adesivas e armazenados em galpão coberto por período de 35 dias.
Para a análise de pH, foram coletadas subamostras de aproximadamente 25 g, às quais foram adicionados 100 ml de água, e, após repouso de duas horas, filtrou-se e efetuou-se a leitura do pH, utilizando-se um potenciômetro (AOAC 1999). Em outra subamostra de 25 g, foram adicionados 200 ml de uma solução de H2SO4, 0,2 N, permanecendo em repouso por 48 horas para, em seguida, efetuar-se a filtragem em filtro tipo Whatman 54. Este filtrado foi armazenado em geladeira para posterior análise de N-amoniacal (N-NH3), segundo Bolsen et al (1992).
Para a quantificação de fungos e leveduras presentes no feno, utilizou-se o método de contagem total em placas de Petri de material suspenso diluído. Foram misturados 10 g de uma amostra composta de cada tratamento do feno, que foram diluídos em 90 ml de solução tampão fosfato estéril, em liquidificador industrial, durante 1 minuto, obtendo-se a diluição 10-1. Efetuaram-se diluições em série, objetivando-se obter diluições variando de 10-1 a 10-9. Sendo o meio de cultura utilizado o batata-dextrose-ágar (BDA), segundo Santos (2007).
As placas foram vedadas com filme de PVC, para impedir a desidratação e contaminação ambiental, e incubadas à temperatura ambiente por 7 dias. Após o período de incubação, realizaram-se contagens para obtenção do número de Unidades Formadoras de Colônias (UFC) por grama de material (Figura 1).
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Para a avaliação da composição bromatológica foram retirados amostras dos fenos nos diferentes tratamentos que foram levadas à estufa a 55ºC para pré-secagem, e posterior determinação das análises. Nas amostras de feno, foram determinados os teores de matéria seca (MS), proteína bruta (PB), matéria mineral (MM), fibra em detergente neutro (FDN), fibra em detergente ácido (FDA) e hemicelulose (HEM), conforme Silva e Queiroz (2002).
Os valores de pH, N-amoniacal e a composição bromatológica foram submetidos à análise de regressão, utilizando-se o procedimento do SAEG (1999), versão 8.0 da Universidade Federal de Viçosa. A escolha das equações baseou-se na significância dos parâmetros de regressão, utilizando-se o teste t, ao nível de 5% de probabilidade, e no valor do coeficiente de determinação.
Os valores dos constituintes bromatológicos do feno antes do armazenamento (dia da aplicação) são apresentados na (Tabela 1). Santos et al (2008) em experimento com feno de capim Tanzânia registraram valores inferiores aos observados no presente experimento, o que ser explicado pela colheita mais tardia do capim.
Tabela 1. Valores médios de matéria seca (MS, %), proteína bruta (PB), fibra em detergente neutro (FDN), fibra em detergente ácido (FDA), hemicelulose (HEM) e material mineral (MM) do feno de capim Tanzânia (CT), em % da MS, tratado com níveis de CaO (%) antes do armazenamento |
||||||
Níveis de CaO |
MS |
PB |
FDN |
FDA |
HEM |
MM |
0 |
75,8 |
12,2 |
67,4 |
38,0 |
29,4 |
11,3 |
0,5 |
75,5 |
12,0 |
68,5 |
39,8 |
28,6 |
10,77 |
1,0 |
73,5 |
12,7 |
69,7 |
39,0 |
30,6 |
10,0 |
1,5 |
74,5 |
12,3 |
67,7 |
40,0 |
27,6 |
11,4 |
2,0 |
74,9 |
12,2 |
68,7 |
39,5 |
29,1 |
11,6 |
Na Tabela 2, encontram-se os valores das populações de fungos e leveduras no feno de capim-tanzânia com níveis de cal. A adição de cal resultou em menores populações de fungo e leveduras, sendo que o tratamento com 2% de cal promoveu a maior inibição . Destacando que o uso do óxido de cálcio (CaO), ou cal virgem, para tratamento hidrolítico de forragens que tem por base a formação de hidróxido de cálcio (Ca(OH)2), é uma base forte, que atua mantendo o pH alcalino, controlando assim o crescimento microbiano.
De forma concomitante Cavali (2006) em experimento com níveis de cal (0 à 1,5%), observou inibição da população de fungos e leveduras de 5,11 para 4,11 log UFC/g como conseqüência do tratamento com cal (1,5%) em silagem de cana-de-açúcar .
Tabela 2. Populações de fungos e leveduras no feno de capim Tanzânia tratado com níveis de cal (CaO) |
|
Níveis de Cal, % |
Fungos e Leveduras, log UFC/g |
0,0 |
8,95 |
0,5 |
8,40 |
1,0 |
8,35 |
1,5 |
8,15 |
2,0 |
8,04 |
Na Tabela 3, podem ser observadas as equações de regressão e os coeficientes de determinação para o valor de pH, N-NH3, MS, PB, MM, FDN, FDA e HEM do feno de capim Tanzânia.
Tabela 3. Equação de regressão e coeficientes de determinação (r2) do N-amôniacal (NH4), matéria seca (MS), proteína bruta (PB), material mineral (MM), fibra em detergente neutro (FDN), fibra em detergente ácido (FDA) e da hemicelulose (HEM) do feno de capim Tanzânia tratado com níveis de cal |
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|
Níveis da cal, % |
CV, % |
Equação de regressão |
||||
0 |
1 |
2 |
3 |
4 |
|||
pH |
8,82 |
8,81 |
8,83 |
8,81 |
8,82 |
|
Ŷ = 8,82 |
NH4, % |
1,20 |
0,85 |
0,65 |
0,60 |
0,59 |
10,26 |
Ŷ = 1,22-0,129X r2 = 54,42% |
MS, % |
75,84 |
70,23 |
71,14 |
70,45 |
68,17 |
3,54 |
Ŷ = 78,20-4,971X+0,642X r2 = 54,47% |
PB, %MS |
12,21 |
13,72 |
12,73 |
14,10 |
12,21 |
6,23 |
Ŷ = 10,93+1,649X-0,254X2 r2 = 62,12% |
MM, %MS |
11,39 |
12,46 |
11,37 |
11,57 |
12,46 |
6,42 |
Ŷ = 11,64+0,043X r2 = 50,32% |
FDN, %MS |
81,70 |
78,99 |
80,81 |
78,53 |
78,60 |
4,52 |
Ŷ = 83,72-2,672X+0,404X2 r2 = 60,61% |
FDA, %MS |
40,49 |
40,09 |
40,64 |
41,00 |
40,80 |
4,38 |
Ŷ = 40,34-0,240X+0,131X2 r2 = 72,16% |
HEM, %MS |
41,58 |
38,49 |
39,49 |
37,89 |
37,78 |
6,02 |
Ŷ = 43,31-2,401X+0,286X2 r2 = 77,68% |
Não houve efeito da adição de cal sobre o pH do feno. A provável razão para os valores similares de pH dos tratamentos controles e tratados com cal, pode ser devido a maior concentração de N-NH3 do tratamento controle. Houve efeito linear (P<0,05), ou seja, à medida que se aumentou à dose de cal houve uma redução no N-NH3. Provavelmente, a adição de cal inibiu o desenvolvimento de microrganismos proteolíticos, resultando em diminuição da concentração de N-NH3.
Observou-se que para os valores de MS houve efeito quadrático (P<0,05), obtendo-se valores menores que para os tratamentos com a cal. A redução nos teores de matéria seca pode ter ocorrido devido ao poder higroscópico da cal, ou mesmo pela hidrólise da fração fibrosa, conforme mencionou Zanine et al (2007b). Grazin (2003), utilizando a cal virgem, hipoclorito de sódio e uréia, em feno de capim Rhodes (Chloris gayana cv. Callide) observou superioridade da cal para o material hidrolisado nas primeiras 48 horas utilizando a técnica de degradabilidade ruminal.
Houve efeito quadrático para os valores de FDN, FDA e HEM, porém com valores muito próximos, indicando que, provavelmente, as doses utilizadas podem ter sido pouco eficientes na reação de hidrólise da parede celular.
Vale destacar, que o uso do óxido de cálcio (CaO), ou cal virgem, para tratamento hidrolítico de forragens tem por base a formação de hidróxido de cálcio (Ca(OH)2), um agente alcalino com moderado poder de hidrólise da fibra (Berger et al 1994). Embora esta ação hidrolítica possa ocorrer, ela é menos intensa que a experimentada usando bases fortes, como os hidróxidos de sódio (NaOH) ou de potássio (KOH), o que pode explicar a ação moderada dentro das doses utilizadas no presente experimento.
Em experimento avaliando o tratamento da cana-de-açúcar com cal, antes da ensilagem, Neto et al (2007) verificou redução dos teores de FDN, FDA e lignina e aumento da digestibilidade in vitro da matéria seca. Talvez o fato da cana-de-açúcar apresentar maior teor de umidade do que o feno pode ter favorecido respostas de maior magnitude do que as observadas no presente trabalho.
Oliveira et al (2008) estudando o efeito da hidrólise com três níveis de cal virgem (0, 0,5 e 1,0% na matéria natural), e dois procedimentos (cana in natura e silagem), observaram que os teores fibra em detergente neutro e de hemicelulose diminuíram em função das quantidades crescentes de cal e, as adições de 0,5 e 1,0% de cal virgem elevaram os valores de pH e foram eficientes em reduzir a fração fibrosa da cana-de-açúcar.
O tratamento com cal reduz a produção de N-NH3, como conseqüência da diminuição da população de fungos e leveduras. A adição de cal promove hidrolise da hemicelulose, podendo ser uma alternativa para disponibilização da fração fibrosa do feno de capim-tanzânia. Entretanto, estudos avaliando outras formas de aplicação e doses maiores devem ser conduzidos, visando obter melhorias mais significativas. Além de provas in vivo visando avaliar consumo e digestibilidade aparente do material
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Received 25 November 2009; Accepted 30 August 2010; Published 1 November 2010